16 Nov
16Nov


É final da manhã, ele sai da faculdade às pressas e corre para não perder o ônibus. O céu está nublado, parece que vai chover a qualquer momento. A torcida é para que chova quando já estiver dentro do coletivo. É o que acontece. O caminho para a casa é tranquilo, ele se distrai ouvindo MPB e perdido em pensamentos.


Ah, esses pensamentos... Malditos! A música e o tempo me remeteram a uma pessoa especial e ao dia em que se conheceram. Foi um dia de dezembro, 10/12, a data ainda se faz presente, como se fosse ontem. O cenário era uma escola localizada no bairro próximo. Como se conheceram?! Ele foi visitar alguns professores do colégio e estava acontecendo uma festinha dos formandos e, lá estava ela. Aquele sorriso, a pele morena e os óculos se destacaram em meio aos demais.


“Chegamos na estação! Você precisa descer!” Indagou o motorista o resgatando de seus pensamentos. Desceu do ônibus com um misto de saudade e nostalgia. “Já faz tempo que não a vejo, será que ela está bem?!” – pensou. Finalmente, tomou o ônibus com destino à casa. Alguns pontos à frente, ela embarca, os olhares se encontram por uma fração de segundo, pareceram horas, ela senta na frente e ele, meio sem rumo, desembarca. O destino os afastou, mas o destino se propôs a uni-los, nem que fosse por um momento. Malditos encontros casuais!


Hoje, anos depois, o tempo se assemelha ao de anos atrás e a memória a trás de volta. Talvez ele sinta falta das conversas, risadas e cumplicidade. Porém seguem caminhos opostos. Ele segue torcendo por ela e desejando sempre o bem de alguém que foi peça importante em sua vida. Este talvez tenha sido o último encontro destes jovens. Nunca se sabe, talvez seus breves momentos tenham sido tão intensos que se tornaram eternos...



Por Christian Maia  |  PUC Minas

14.nov.2021

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