29 Mar
29Mar

L. C.:

Coração acelerado 

Sorriso disfarçado 

Rosto corado 

Corpo paralisado


Não sustente 

Algo inexistente 

Porque sabe 

Que eu sou persistente 

Nada negligente 

Inconsequente


Vá embora 

E me traga harmonia 

Para que abra 

A minha alegria 

E me cativa.


D.A.:

Mas que garota intolerante 

Menina arrogante 

Pedaço de gente frustrante 

Regozijo inoperante


Para de ser atrevida 

Criatura ridícula 

Mulher sem vida 

Rua da agonia


Não haja como se o mundo fosse seu 

Seu umbigo não é a órbita do céu 

Desce e se esconda atrás do véu 

Ninguém é obrigar a ver e se escarcéu


Vê se me deixa ou senão morra 

Sua música do mundo destoa 

E se furar sua canoa 

Contentes e na água gelada presa avó pedaço da proa.


Não sou obrigado 

Não nasci pra ser humilhado 

O amor que havia deixado 

Tornou se um ser desaforado


Seu conto de fadas ficou nas estrelas 

Você não passa de uma gata borralheira 

Seu Shrek virá com certeza 

Mas negará a sua realeza.


L. C.:

Não seja inconveniente 

Não haja como adolescente 

Suas palavras são impertinentes 

Muito incoerentes 

Não te aguente nem 

Seus parentes,


Se torne uma pessoa com vida 

Domina a hierarquia 

Seja alegria 

Para de mania.


D. A.:

Mania é essa sua posição 

De negar sempre uma opinião 

A vida não te dá uma direção 

Talvez não saiba tomar uma decisão


Adolescente com adolescente vira 

Brincadeira, mocidade e baixaria 

As brigas da rua, os jogos e a gritaria 

Já nem fazem mais minha alegria


Sentávamos para fofocar na calçada de casa 

Jogávamos queimadas até o joelho ralar 

Pique-pega, bola e bexiga com água 

Pulávamos corda além de paquerar


Contos de fadas não era nada pra gente 

Gostávamos quando a noite vinha e a conversa ficava quente

Quando a luz do poste acendia de repente 

Percebíamos que aquilo não poderia ser pra sempre


A cada dia após a escola, a amizade era festa na rua 

Sorríamos e descalços inventávamos histórias cruas 

Quando a tarde chegava o papo te fazia segura 

Na esquina seguinte eu te beijava nua.


Crescemos e hoje não nos encontramos mais 

O celular tomou o lugar da bola e dos jornais 

Nos tornamos tão antissociais 

E achamos que as coisas estão normais.




Por Dione Afonso  |  PUC Minas

Por Lorena Cristina  |  Unifemm

Foto: Imagem de DHEERAJ SAINI por Pixabay. 

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.