L. C.:
Tenho até que me benzer
Pois tem amizades que jogam pezinho na gente que dá até dor de cabeça.
O que mais tem!
Come na casa da gente,
Depois sai falando da gente.
Elogia a gente até...
Joga nossa autoestima lá em cima
E depois tira nosso chão.
E troca a gente por outras amizades,
Esquece as antigas e segue o baile.
D. A.:
Aquela falsidade robustida de abracinhos e votos de boa sorte.
Torce pra que tudo dê certo na vida da gente,
Mas é o primeiro que puxa nosso tapete.
E ainda, com sorriso porcelana no rosto,
Tenta nos consolar, dizendo que a gente é forte e que vamos superar.
Mas por dentro está se contorcendo de felicidade porque acha que venceu.
Troca de calçada só pra não nos cumprimentar;
Quando tromba na rua “por acidente” solta aquele "oi" sem graça e vergonhoso,
Porque no fundo ela sabe o que fez.
L. C.:
Age como se não houvesse nada
Tudo foi passado magoado
A dor ainda existe
Sentimento que persiste
Você ainda existe?
D. A.:
Nossa!
Quanto tempo!
O que fez de sua vida?
E seus pais?
Como estão?
Estão vivos ainda?
O que andas fazendo?
E aquele garoto?
Ele ainda te suporta?
Eu vivi feliz com sua derrota.
L. C.:
Não seja sarcástico
Tampouco irônico
O que ainda faz aqui
Se não há motivos para permanecer aqui
Suma daqui
E me deixe aqui
Seu silêncio te torna poeta
Seu silêncio é orquestra.
D. A.:
Mas a gente finge demência
Em nome de nossa saúde mental
Fingimos reverência
Mas com o desejo de um soco orquestral
Aquela destruidora de sonhos
Aquela “muy amiga” falsa e sem escrúpulos.
L. C.:
Não preciso de fingimentos
Ainda mais seus sentimentos
Muito menos arrependimentos
A sua falsidade te move
Suas lágrimas não me comovem
E você não faz nada que me prove.
D. A.:
De amigos falsos o mundo está cheio
Não são todos assim
E eu nem sou perfeito
Nos aproximamos a partir dos nossos defeitos
Hoje são elogios de natos brasileiros
E mineiros...
Por Dione Afonso | PUC Minas
Por Lorena Cristina | Unifemm
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