08 May
08May

A data é sempre motivo para espalhar beijos, carinhos, alegria, sentimentos de gratidão e de agradecimentos por tudo o que a vida de cada um de nós se tornou: Mãe. Mais um ano vivemos um dia das mães diferente. Filhos longe, mães sozinhas em casa, pelo menos, esse e o correto para quem já tem seus filhos crescidos e com suas famílias e filhos também. Há uma outra face dessa moeda, aquela que coloca a mamãe perto dos filhos pequenos tendo que se reinventar. 

Lá fora a pandemia, dentro de casa a confusão, o homeoffice, o marido desempregado, as crianças entediadas dentro de casa sem a escola, sem o shopping, sem o cinema, sem as brincadeiras com os coleguinhas na calçada de casa, sem visitar a vovó, sem ir no sítio e gritar no campinho de futebol, sem as aulas de teatro e música, sem verem seus sonhos realizados. 

No dia do aniversário deles, ligações e chamadas de vídeo pelo WhasApp para os coleguinhas. Um bolinho simples, pequeno, caseiro ou aquele encomendado pelo ifood. Papai e mamãe fantasiados na tentativa de fazer a festa temática que o filho tanto queria. Com a pandemia, mais de 92% das mães que tiveram o trabalho adaptado para o homeoffice estão tendo que lidar com as atividades dos filhos pequenos e com as exigências do trabalho. A elas, o nosso respeito e reconhecimento. 

Para este ano, além de recordar as nossas mamães que estão longe de nós e que as vezes não estão servidas dos aparatos digitais para conversar com seus filhos neste dia, recordo-me de minha mãe distante de mim alguns quilômetros entre as montanhas de Minas Gerais. Eu estou na capital, ela, na Zona da Mata pertinho do Pico da Bandeira. A ela, dona Onília, minha mãe, também o reconhecimento por esta celebração meio estranha e diferente, mas sempre com a nossa presença e respeito pela mulher de fibra e trabalhadora que ela sempre foi. 

Mas, além disso, destino essa homenagem também às novas mamães que estão surgindo nesse tempo. São corajosas empreender tão desafiadora tarefa no meio da pandemia. Mas, confesso que estes nascimentos são como luzes de esperança no meio de tanta coisa ruim e triste que estamos assistindo. Bem-vindas, mamães! Parabéns pela coragem e pelo dom e tarefa em ser mãe. No meio de tanto vírus, tanta morte, tanta dor e sofrimento, vocês surgem com uma nova vida, uma criança, nova luz para o nosso mundo. 

Que essa vossa coragem sirva para nós, homens, papais, famílias, como um sinal de que ainda podemos dar novos rumos à nossa humanidade. Tenho alguns nomes para citar, mesmo não sabendo quem são, e, por isso, pode ser todos vocês que estão lendo esse texto: Gleice, com seu pequeno Pedro; Laís com seu Pedro também; Juliana com seu Joaquim; Bruna com a Antonella; Damiane e a pequena Emanuele; Ayla com a linda Elise; Manuela com sua Sophia... e tantas outras que não as conheço, mas que desafiaram o tempo atual e se tornam mãe, tornam-se luz para uma nova humanidade. Essa lista de mulheres e mães corajosas é grande. Algumas, por desejo próprio; outras, por descuido, outras ainda, por...

Parabéns a todas as mães! Felicidades a mulheres guerreiras que se viram em 1001 utilidades e ainda fazem tudo de cabeça erguida e, se alguém as desafiar, ainda fazem de salto alto. Que nessa data, saibamos respeitar as normas sanitárias e cada um de sua casa, sem aglomerar preste sua homenagem a única responsável por sua vida e seu crescimento. Se sentir um grande desejo de aglomerar e reunir a trupe na casa de sua mãe, lembre-se das vítimas da covid-19 que separou inúmeros filhos de suas mães, inúmeras mães de seus filhos, talvez porque não tiveram as condições para que não se contaminassem... talvez, eles nem tinham uma casa decente para sobreviverem à pandemia.




Dione Afonso  |  Jornalista PUC Minas

08 de maio de 2021

Foto: Imagem de Sanjasy via Pixabay.

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.