25 Oct
25Oct

Era uma noite de sexta-feira, o relógio marcava 21h30min. Eu corria para não perder a hora do meu programa favorito. Do outro lado da rua, não tão distante de mim, uma senhora que aparentava ter seus trinta e poucos anos também corria. Aquele fato me deixou curioso. Afinal, o que leva uma pessoa a correr às 21 horas de uma sexta nublada?! Para responder a essa minha pergunta a segui.

Para a minha surpresa aquela corrida tinha como linha de chegada o depósito do caminhão de lixo e lá se encontravam mais algumas pessoas. Aquela visão me causou um tremendo mau estar, a ponto de quase vomitar. Em um país tão rico como o nosso, pessoas tendo de correr até o destino do caminhão de lixo para pegar comida, essa era a realidade diante dos meus olhos. Era o documentário Várzea das Flores acontecendo na atualidade.

Fui pra casa com aquele enredo de filme na cabeça. Nem consegui prestar atenção no programa. Então quer dizer que tudo isso que vi foi real... pensei. “Estamos ferrados! Ninguém deveria ter que passar por isso” – Murmurei.

Pouco tempo depois o barulho do meu despertador me acordou. Levantei atônito pensando se era um sonho ou realidade, se era uma mentira ou uma dolorosa verdade. Fui à cozinha, fiz meu café e segui a vida acreditando que aquilo não passara de um pesadelo. Mas, novamente, ao fim do dia, a cena se repetia. Na noite seguinte também. Como um episódio de comédia sem graça. E a pergunta que fica é: Quem poderá nos resgatar?!




Por Christian Maia  |  PUC Minas

25 de outubro de 2021

Foto: Charge de Jacsben / Reprodução de @humorpoliticobr via Twitter.

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