14 Mar
14Mar


Século XXI: o mundo se destruiu com a guerra;

1994: 800 mil pessoas foram mortas em 100 dias, em Ruanda;

Sudão, Eritreia, Iêmen, Palestina, Nigéria, Paquistão, Síria, Afeganistão, Iraque, Líbia... todos se sucumbindo numa batalha bélica indiferentes;

No mundo contemporâneo, a guerra digital destrói relações, assassina conceitos e aniquila o direito à opinião. Priva-nos da informação e televisiona apenas a destruição.

No mar, refugiados, cidadãos, navegam em busca de sobrevivência.
Chegam na fronteira e são impedidos de "entrar";

Hungria, Polônia, Ucrânia... fecharam as portas de suas fronteiras. Os refugiados se amontoaram nos portões da desumanidade e assistiram a morte os recolher como objetos suburbanos, jogados...

Nos anos 1990, os bálticos se aniquilaram tendo como meros telespectadores, todo o resto do mundo. Assistindo, calados, ou impedidos de protestar, aquela disputa mortal.


Vivemos num tempo diferente hoje.

Não sei se é melhor. Não sei se é pior. Não sei se é mais fácil. Não sei se é mais difícil.

Mas, sabemos que está mais solitário. Sabemos que nos tempos que estamos hoje, cada um está se autodefendendo; autoprotegendo; salvaguardando-se...

Se é certo, ou errado, o fato é que o individual ganhou a sua primazia. E cada um busca se proteger... da guerra, do desemprego, da fome...


Na mídia, canais de TV e da Internet fazem coberturas 24h sobre a guerra.

Igualmente se fazem com os realitys: 24h de olho na vida alheia.

Pergunto-me: quem tem ficado por 24h de olho nas pessoas que passam fome nas calçadas, ou nos hospitais infantis, quando muitos não conseguem apoio e cuidados afim de sobreviver?

Por que a morte ganha cobertura total e a vida não?


Países que recusaram refugiados de outras guerras se incubem de dar refúgio aos ucranianos. 

A rede mundial de computadores - vulgo internet - tem milhares de fotos e vídeos desse momento.

Assistimos, em tempo real, cobertura exclusiva, 24h por dia, ao conflito, massacre...


A cada dia aparece mais combustível para o conflito com sanções econômicas, que têm um efeito rebote no mundo inteiro.

As sanções dos EUA que proibiram empresas de importar o petróleo russo não se aplicou ao urânio que alimenta as usinas nucleares dos EUA que são a principal fonte de energia elétrica. 

E nós aqui no Brasil, o que fizemos? O que faremos?Textos? Reportagens? Assistir ao tele jornal? Fazer posts com tags? 

Na verdade, o Ocidente não nos conhece como ocidente, eles nos chamam de SUL, Sulistas e, nós, brasileiros, sobretudo, de latinoamericanos.

Até mesmo os europeus não tem feito muita coisa para evitar o prolongamento do confronto.

A população que tem ajudado na crise humanitária com doações ou sendo voluntários sabem a gravidade da situação. 

Os demais fazem vídeos e comentam nas redes criando um tipo de "russofobia".

Será que uma multidão numa praça cantando "imagine" (John Lenon) estão ajudando em quê? Criar links? Criar posts?

E aqui, no Sul, na periferia do ocidente, nossos telejornais dão ênfase à manifestação que em nada ajudou.


O que, de fato temos, é uma humanidade desumana.

Putim está totalmente errado em invadir um país soberano, isto é fato.

EUA e Otan são tão culpados quanto o chefe de Moscou, e os desdobramentos mundo afora serão catastróficos, gerando fome e pavor às populações vulneráveis.

Ao ler essa frase, você deve pensar que estamos procurando os culpados pela guerra, não é mesmo?


Nós seguimos num esforço  de buscar um conhecimento  dos fatos, tendo em nossa memória os eventos que ajudam a entender os fatores de referência pra não nos enganar e "cair na onda", pois aqui nas Minas Gerais  se diz um ditado muito verdadeiro:  "galinha que acompanha pato, morre afogada" e vemos muita gente sendo afogada com a desinformação.




Por Mínison Domingos  |  Matipó-MG. Com acréscimos e correções de Dione Afonso (@odioneomd).

13 de março de 2022  

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Foto: Imagem de cna Brasil 

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