04 Mar
04Mar


Aprisionado em meu ser


Aprisionado estou.

Morrendo de ódio, vivendo de amor.

Buscando a felicidade,

Me encontrando com a dor.

Sou um errante falador e, assim, quando estou angustiado, em minha angústia, começo a pensar, escrevendo palavras soltas no teclado de meu celular.


Pode que alguém leia o que estou escrevendo, 

Pode que, ao ler, me entenda, 

Pode que não me entenda, mas, lendo estas palavras, talvez se coloque a pensar e este é o ideal; fazer pensar.

Quando triste não penso na felicidade que queria, penso na tristeza que pode aumentar se eu não partir pra lutar por meu sonho.

Se fico alegre não penso na tristeza que pode, por ventura, visitar-me, mas penso num modo de perdurar minha felicidade.

Não sei escrever tão certinho e às vezes me espanto com meu vocabulário que é restrito mas ao colocar-me a escrever me deparo com textos muito além do que pensava escrever.


Sinto que nunca sairia de meu próprio ser nem pela vida, nem pela morte, pois, aprisionado estou, cárcere do ser que sou.

Sonho sempre com a liberdade a me invadir como ondas do mar a me jogar pra lá e pra cá. 

Livre são minhas palavras soltas, e quando escrevo elas, seja num pedaço de papel, seja na tela do celular, elas tomam forma de liberdade.

Pode acreditar que quando eu leio poesias, seja de outros escritores famosos ou de amadores como eu, ou releio meus textos, tenho os sentimentos de um leitor apaixonado pela leitura.


O escritor com suas letras é aquele que nos dá uma luz no fim do túnel para com isso aprendeemos a ver melhor o esplendor do mundo. 

Não se sabe até onde a luz do sol vai espaço afora.

Não se sabe quantas estrelas tem no céu, mesmo contando as que conseguimos ver sempre terá uma que passará despercebido.

Não se consegue saber em número exato quantos litros de água há no oceano e nem qual o peso das geleiras dos polos.

Não sabemos, com exatidão, quantas batidas nosso coração dará durante nossa existência. 


Também é assim com o poeta.

Ele não saberá jamais o tamanho de sua poesia. 

Pode que hoje ela seja lida por apenas uma dezena de pessoas, pode que no passar dos anos sua poesia faça sentido e chegue a milhares de pessoas, pode que a sua poesia fique apenas no caderno de anotações que se perderá com o tempo, ou fique na memória de um dispositivo até ser deletada.

A poesia tem o poder de ir além onde nosso ser não consegue chegar.

"A poesia é livre. O poeta se aprisiona em suas preocupações, ativismos e egoísmos. Mas sua poesia liberta o discurso. Liberta o absurdo. A poesia é livre." (Dione Afonso, 2022)

Aprisionado estou em meu ser, mas a minha poesia é  livre e irá onde eu não posso ir.



Por Mínison Domingos  |  Matipó-MG

04 de março de 2022  

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Foto: Imagem de CDD20 via Pixabay 

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