Em uma terra de poetas, de mulheres tão belas, terra do Rio de Janeiro,
Em terra de bons cantores, maravilhosos compositores, reconhecidos no estrangeiro.
Porta de entrada das Américas, outros tempos outras épocas, já mostraria o que és. Por europeus colonizada, tu fostes dominada, pela espada e pela fé.
Teus habitantes nativos, eram um povo primitivo, um risco eminente Muitos foram torturados, todos foram escravizados, foi quase extinta aquela gente.
Então faltou mão de obra, a África até hoje chora, os seus filhos escravizados,
Comeram o pão que o diabo amassou, este solo já chorou tanto sangue derramado.
A industrialização era promessa, que uma nova era, era possível com máquinas
E numa "canetada",
Aquela gente escravizada, parecia enfim ser libertada.
Há quanta injustiça,
Que a nossa cobiça, neste solo semeou
Faltava terra e pão, moradia era só pro patrão, e a favela se criou
Por séculos explorada, essa terra amada , mesmo assim nos abençoou
O que se plantava, colhia, e essa gente noite e dia , sol a sol e lua a lua trabalhou.
Sempre tivemos muita riqueza, pois a mãe natureza, aqui se faz tão forte
Do ouro, diamante , pau Brasil, do café, cana de açúcar, aqui tudo produziu, parecíamos agraciados com a sorte.
Nossa gente se misturava, nosso povo se miscigenava, como em nenhum outro lugar.
Se fez o cafuzo e o pardo, o pele negra de olhos claros, fizeram daqui o seu lar.
Um novo milênio uma promessa, agora é nova era, nós vamos deslanchar.
Muitos poucos se enricou, e o pouco pra muitos sobrou, não deu tempo de adaptar.
Damos jeito pra tudo, ô povinho criativo parece absurdo, criamos tantas soluções
Encontramos em alguns esportes, algo a nos fazer fortes, e esquecer um pouco as decepções.
Viramos o país do futebol, e a festa do carnaval, o mundo inteiro conhece.
Nunca tivemos acesso amplo à educação, à saúde então?
Esquece
Desde os tempos da colonização, o machismo num deu opção pra quem o enfrentou.
Ou calava no chicote, no tiro "cala ou morre",
Triste herança nos sobrou.
A nossa justiça num erra, até porque ela é mesmo cega, parece até um castigo.
Pro negro sempre chicote, pois aqui manda quem pode, obedece quem tem juízo.
De Reis à imperador, presidente, governador, deputado e prefeito
Vereador e senador, esse país já tentou, de todo tipo e todo jeito.
E vamos pro presente, mas será que nossa gente, tem a memória tão curta
Passou séculos e nada,
Tantas expectativas frustradas, e a coisa não muda
Já vi um operário se tornando presidente, tempo depois de repente, sendo chamado de ladrão
O povo que o aclamava, logo depois o xingava, que coisa mais sem noção
Vi Juiz ser chamado de herói, pouco depois o seu algoz, era o seu próprio amigo
Você pode me criticar, tem direito de não concordar, mais é que é tão esquisito.
Vi também estudantes se revoltar, e quando foram se manifestar, foram chamados de bandidos.
Não concordo com algumas atitudes , mas não há país que mude, se não respeita os seus filhos.
Vi mulher sendo xingada, estuprada, humilhada, por gente importante
Há se fosse um pobre, um negro, pena de morte era o preço de uma ação tão horripilante.
Vi um menino sendo preso, e a mãe num desespero, pois no vidro era solvente
Vi a droga de verdade, no condomínio da cidade e no avião do presidente.
Pro menino cadeia, pro traficante mesa cheia, numa "cela" seis por dez
Parece até piada, se eu lembrar alguém dará risadas, somos todos tão cruéis.
Destruímos a mata atlântica, o pantanal e a Amazônia agora é a bola da vez
Onde passa um boi passa a boiada, a terra vai sendo desmatada, incendiada, e ninguém sabe, ninguém vê.
E o dinheiro indo pro ralo, pois onde era o estado, quem comanda é a milícia
Também num é de se espantar, a proteção que o bandido dá, parece até melhor que a da Polícia.
Vi gente defender pena de morte, mais sobreviver é sorte pra 1 de 89 , numa pequena cela
Mas se for da sua família?
Se for do meio da política, pode roubar dinheiro e por até na cueca?
Ladrão tem em todo lugar, mas começo acreditar, de tanto ver na TV
Manipulam nossa gente, que se vê tão descrente, e acaba por se perder.
Eu vi o desvio no metrô e o mensalão, do Banestes ao petrolão, roubaram até merenda escolar.
Ver político roubando o povo, isso é velho, não é novo, não tente me enganar.
Essa tal reeleição parece uma opção entre quem robou e quem quer nos roubar
Já vi um velho conhecido, fingindo ser "o novo" e com isso, a confiança do povo ganhar.
Parece que tudo está perdido, e quando refletimos isto, nos vem indignação.
Tinha tudo pra dar certo, há se o Brasil num fosse descoberto, mas o tempo, esse num volta não.
A terra continua produzindo, as chuvas enchendo os rios, nessa terra de fartura
Mas o mal da corrupção, esta procrastinando a nação, destruindo a República.
Por Mínison Domingos | Matipó-MG
Colaboração e correção: Silvania Fonseca e Tatiane Sousa
Revisão: José Antônio de Oliveira
28 de agosto de 2021
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Foto: Imagem de Daniel Reche via Pixabay.