26 Jul
26Jul

No Dia Nacional do Escritor, é importante e necessário fazer o que a turma dos livros e poesias fazem: memória. O Brasil viveu durante a Ditadura, momentos de rejeição, proibição e censura contra aqueles que queriam deixar marcado na história do país as lutas e os sofrimentos do povo. O escritor, a escritora, exerce com maestria o seu papel de protesto e se manifesta através do que sai, não de seus escritos, mas de sua alma. 

Valorize a leitura, apoie os escritores. Defenda os livros – virtuais ou físicos – o importante é manter a história viva. Quem tem história, tem memória e nunca peca por omissão ou ignorância. 

Nós criamos mundos. Apostamos em aventuras. Idealizamos personagens, pessoas. Vivemos histórias únicas e fomentamos a memória. Para alguns, o mundo é cheio de magia. Para outros ele é um simples noite e dia. Ficção ou fato concreto, o escritor não pensa muito no certo. Ele escreve o belo. 

No Dia do Escritor, narramos histórias que só eles desenharam, as que muitos viveram a cada virar de página. Na capa de livro, um deslumbrante de uma nova aventura, num novo planeta, ou uma viagem dentro de um cometa em páginas cheias de descobertas. Escritas ali por uma alma poeta. 


Escrever é defender a humanidade 

Seja pela ponta da pena, do grafite do lápis ou da tinta da caneta. Seja pelas teclas do teclado, pelo touch-screen do tablet ou pelo aparelho celular... as histórias continuam sendo gestadas. As criações de um poeta revolucionam. O que é a poesia senão um grito de liberdade? O que são as ficções senão um manifesto às cenas de mediocridade? O que são as crônicas, contos, fábulas, opiniões senão aquela lágrima de dor que foi sufocado pela falta de humanidade? 

É conhecimento. 

É sentimento. 

É mensagem. 

É motivação. 

É inspiração. 

É coragem. 

É força. 

É emoção. 

É notícia. 

É informação. 

Para muitos são apenas letras embaralhadas. Para nós que amamos a leitura, um texto por mais simples que seja nos traz uma parte da vida, entregue em palavras deixadas pra eternidade. 


Escrever é trabalho árduo! 

O que difere o escritor dos demais profissionais? Ao contrário do que muitos pensam, não é apenas a necessidade incontrolável de escrever ou a vontade crescente de transformar folhas rabiscadas em retratos incríveis do cotidiano. De ter a memória do celular ou do PC, cheia de textos que provavelmente ninguém irá ler. 

Não é só isso! 

O escritor não é somente o ser que, sem saber como continuar com os olhos na estrada e sem conseguir manter a cabeça no mundo real, precisa, com urgência, parar o carro, moto, no acostamento para iniciar um novo texto. Para ser escritor de verdade, não basta sair do banho sem tirar o shampoo da cabeça, só para em algum lugar, em qualquer lugar – até no papel higiênico – ou com as mãos molhadas quase ensopar o celular para escrever alguma frase que, na imensa maioria das vezes, não vira nem citação de Facebook. Para ser um escritor genuíno você precisa de mais. E, não se engane, pois aceitar o risco de morrer pobre e muito feliz não é suficiente para se tornar um. O escritor é o cara que, comumente, bate com a face em muros e tropeça nas calçadas ou nos paralelepípedos da rua. E, tais colisões não acontecem por distração, pelo contrário, acontecem, pois os escritores são viciados em observar, atentamente, a forma específica que o desconhecido de cicatriz na cabeça segura a cintura da desconhecida de pescoço longo e nariz de batata. 

Eles, quando vão no sítio, observam cada detalhe da árvore, dos pássaros, das formigas que trabalham insistentemente. Ao andar na rua, ficam observando o dente ligeiramente torto para esquerda da pedestre que desfila usando minúsculas sapatilhas vermelhas. Ficam observando atentamente a garota que, enquanto fala sem respirar, quase de forma imperceptível, pisca mais vezes do que um ser humano comum. Isso mesmo, os escritores, enquanto caminham sobre a corda bamba da vida, não reparam nos gatos pretos do caminho e não ouvem o som dos tiroteios, eles estão atentos às sutilezas que, muito dificilmente, seriam vistas por médicos, advogados, mecânicos e outros artistas da vida. 


Escrever é fazer memória 

“Os escritores enxergam as entrelinhas das entrelinhas do dia a dia e pescam, com maestria, as miúdas ações capazes de desencadear os mais grandiosos sentimentos. Eles são capazes de ouvir falas que nem sequer foram ditas e de escrever diálogos que fazem com que os leitores se sintam grampeados e internamente filmados” (Clarice Lispector e Ricardo Coiro). 

A mais importante característica do escritor é a capacidade de reconhecer e de colocar “peculiaridades universais” no papel. Parece contraditório, mas é possível captar, mesmo que em meio ao mais conturbado tumulto, minúcias que muitas pessoas consideram características únicas de suas personalidades, mas que, na verdade, estão presentes no caráter de muitas outras pessoas do planeta. E, quando o leitor se depara com uma dessas peculiaridades dentro de um texto, ele logo diz: “Caramba, parece que o autor andou me filmando, pois faço exatamente isso!”. 

Ser escritor é, todo dia, com a graça das palavras, homenagear a beleza dos simples e dos pequenos atos. Sem esquecer que o simples está muito longe de ser sinônimo do óbvio. O escritor de verdade é aquele que, quando perde um rascunho, sente vontade de morrer, pois sabe a dor e a delícia de parir cada nova frase. Isso mesmo, o escritor, antes mesmo de pensar em filhos, já sonha com livros. 

Que a cada frase escrita, 

Que a cada palavra lida, 

Possamos transformar vidas, 

E demonstrar o amor que exala seu sabor seja no lazer ou na lida do dia a dia. 



O Cicatriz parabeniza seus colaboradores e o #ContosDeDomingos criado por Mínison Domingos, parabeniza ao fundador do @cicatriz.blog, Dione Afonso,  e a todos os companheiros e companheiras escritores. 


Ser escritor é eternizar momentos, sentimentos e ideais através da escrita. 

Parabéns!




Por Dione Afonso  |  Jornalismo PUC Minas

Por Mínison Domingos  |  Matipó-MG

25 de julho de 2021  

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Foto: Imagem de Mozlase via Pixabay. 

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