"A natureza do jornalismo está no medo. O medo do desconhecido, que leva o homem a querer exatamente o contrário, ou seja, conhecer"
[Felipe Pena]
Dia 07 de abril é celebrado o dia do jornalista. Uma data muito significativa e muito importante para os nossos tempos. Estamos no mundo com o sonho de poder fazer a diferença e poder ser diferentes.
Somos jornalistas e não carregamos somente um crachá: mas uma história. Não é só um microfone: são vozes. As vezes vozes de dor, as vezes vozes de esperança.
Hoje é dia daquele que veste capa de proteção sanitária para apurar os fatos em corredores de UTI. Hoje é dia daquele que usa um colete à prova de balas num campo de guerra. Hoje é dia daquele que deixa de comer para pagar sua internet, senão, não trabalha. Hoje é dia daquele que sofre os dramas sociais da realidade enquanto tenta pintar um mundo cor-de-rosa porque o chefe mandou.
Parabéns jornalistas. Parabéns a todos que estão sofrendo retaliações e censuras numa época em que se prega a liberdade. Suas vozes e o poder que têm na ponta da caneta e no toque do tablet faz a diferença e pode mudar os rumos da história.
Não somos jornalistas por um mero capricho ou pela causalidade da vida. Somos jornalistas porque acreditamos no poder da verdade e na transformação do que ela pode provocar no mundo. Em meio a vozes de morte, que nós jornalistas gritemos vozes de vida e de libertação!
Uma vez me perguntaram porque que eu me interessei por uma área jornalística de “pouco ibope” e considerada irrelevante para a maioria da população. E eu respondi: “é justamente por discordar desse ponto de vista que eu me interesso pelo jornalismo de entretenimento e cultural”. Eu olho para os gêmeos Weasley da saga Harry Potter, e uma cena, em específico, responde claramente essa questão: “O Beco Diagonal mudara. Os arranjos coloridos e brilhantes nas vitrines exibindo livros de feitiço, ingredientes e caldeirões para poções estavam ocultos por grandes cartazes do Ministério da Magia. Mas, encaixada entre essas fachadas sem graça, cobertas por cartazes, as vitrines de Fred e Jorge chamavam a atenção como uma queima de fogos e, segundo Hermione, essa magia é fantástica” (HP e o Enigma do Príncipe, 2005, p. 77, 81 e 82).
No filme, Harry se questionava, “como que, no meio de todo o mal que está acontecendo a Gemialidades Weasley faz tanto sucesso?”, e a resposta de Hermione é inspiradora: “talvez, no meio de tanta maldade, as pessoas estejam sempre em busca de um motivo pra sorrir”. Então, se o meu trabalho jornalístico não for pra fazer as pessoas sorrirem e se emocionarem, para mim ele não terá valor.
No meio de uma guerra, os irmãos Weasley só queriam dar para as pessoas um motivo para sorrir e se divertirem. Logo, no meio de uma guerra jornalística em busca da notícia em primeira mão protagonizada por profissionais do jornalismo comunicando mortes, assassinatos, guerra e sangue, eu quero ser aquele que os fará voltar a sorrir! Cicatrizar... Talvez o que faça as pessoas sorrirem não dê tanto ibope como o que as fazem sofrer e chorar... Nós, não estamos atrás do ibope, mas de sorrisos e se a alegria, se a história de vida não for capaz de nos fazer sorrir, não acredito que a maldade, que as mortes, injustiças, discursos de ódio farão!
Se o mundo está carente de amor, nosso objetivo é narrar histórias encharcadas de experiências de vida emaranhadas de amor. É real. É a nossa história. É o que vivemos e é o que nossa gente espera encontrar quando buscam sentido de vida. Assim, “como a fênix, que pegam fogo quando chega a hora de morrer e renascem das cinzas...” (JKR., 2001, p. 140), ressurge cicatriz. Um perfil de narrativas jornalísticas inspiradas na literatura dos livros e na literatura das vidas do dia a dia. Essa é a nossa mais poderosa magia.
São os votos de todos do Cicatriz!!!
E, para esta data, os #ContosDeDomingos também lhes presta homenagem:
O jornalista
O que seria de nós sem o acesso às notícias?
Como as notícias chegariam até nós se não tivessem os/as jornalistas?
É uma linda profissão,
Atua em todos os meios de comunicação,
Pois eles nos trazem a informação.
Jornalistas passam apuros,
Sofrem ameaças, um absurdo.
Seja nos esportes ou na política,
No meio policial ou na meteorologia,
Se tem notícias, ali tem o dedo de um/uma jornalista.
Estudam e se formam,
Na prática se transformam,
Com o tempo se inovam, são essenciais.
No rádio, na web, no jornal e na TV,
Não tem como descrever,
O que seria de nós sem o jornalismo.
Lembramos dos jornalistas exilados, mortos, perseguidos pelo ódio que a investigação jornalística causaram movidas por gente que não aceita ou não quer ver o povo bem informado com a verdade dos fatos.
Fizeram um lindo papel,
Mesmo tendo um destino amargo feito fel,
Suas vidas nos doaram.
Distantes de suas famílias,
Sem muitas regalias,
Trazem a informação na hora e no tempo certo.
Não tem dia e não tem hora, Informação tem aqui e agora,
Seja longe ou seja perto.
Atrás de uma caneta ou de um microfone,
De uma câmera, de um telefone,
A informação se constrói.
Sol, chuva, frio ou calor,
Toda notícia tem seu valor,
Essas mulheres e homens são heróis.
Parabenizamos à quem descobriu este dom,
E que, continuem esta missão; dar a vida pela informação...
A mensagem é simples, mas de coração. Os tempos atuais não parecem nos dar esperanças, mas quero parafrasear o Pe. Lancelotti quando em uma live nos disse que "o importante não é a gente ir em busca de uma luz no fim do túnel, mas que nós sejamos os que possam ir acendendo essas luzes em meio à escuridão que nos rodeia". Que nós jornalistas possamos ser esses que acendem as luzes da verdade, do respeito, da liberdade e da vida.
E, a palavra sempre acertada do Papa Francisco, que tem a sensibilidade de nos tocar com a simplicidade: " O próprio jornalismo, como exposição da realidade, requer a capacidade de ir aonde mais ninguém vai: mover-se com desejo de ver. Uma curiosidade, uma abertura, uma paixão. Temos que agradecer à coragem e determinação de tantos profissionais (jornalistas, operadores de câmara, editores, cineastas que trabalham muitas vezes sob grandes riscos), se hoje conhecemos, por exemplo, a difícil condição das minorias perseguidas em várias partes do mundo, se muitos abusos e injustiças contra os pobres e contra a criação foram denunciados, se muitas guerras esquecidas foram noticiadas. Seria uma perda não só para a informação, mas também para toda a sociedade e para a democracia, se faltassem estas vozes: um empobrecimento para a nossa humanidade." (Clique e leia a mensagem na íntegra)
Estes são os votos de toda a Equipe Cicatriz! "Jornalismo é construir uma ponte até o coração do outro" (Daniela Arbex).
Por Dione Afonso | PUC Minas
Por Mínison Domingos | Matipó-MG
07 de abril de 2021
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Foto: Imagem de René A. Da Rin via Pexels.