18 Aug
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A pandemia provocada pelo coronavírus paralisou todos os setores. As mais diversas empresas e instituições tiveram que se reinventar para “sobreviver” e atravessar esse momento pandêmico mundial. Com a iminente possibilidade de contágio em massa da Covid-19, atitudes para evitar aglomeração e circulação de cidadãos foram tomadas em todo o mundo.

Assim, locais como shoppings, casas de shows, cinemas, o comércio em geral e até mesmo eventos públicos tiveram que ser cancelados ou adiados. No ramo cinematográfico o cálculo que se faz é assustador: estreias foram adiadas; os serviços de streamings ganharam um número exorbitante de acessos; produções, filmagens, gravações foram paralisadas. Algumas sem datas de possível retorno.

Por fim, constatou-se que um grande grau de nostalgia tomou conta dos amantes da arte, música, cinema. Muitas plataformas, até mesmo a TV aberta começou a apostar em produções da década passada. Pois, a procura por eles cresceu consideravelmente.


O último lançamento 

No entanto, mesmo com a descoberta da Covid-19 em dezembro do ano passado, 2020 conseguiu iniciar com o pé direito. Conforme relatório publicado pela Ampere Analysis, mais de 70% das produções sofreram impactos no calendário por conta da pandemia. Ademais, o relatório também especifica que o número de acessos em plataformas de streaming cresceu muito.

Todavia, quem, há muito tempo tinha parado de “ligar a TV” para assistir à programação atual, voltou ao hábito. A Analysis também alerta para o alto número de downloads incitando ao crescente ato de pirataria. Esse seria o fim do cinema? A analista Tingting Li alerta-nos que os dados são preocupantes.

A saber, antes da pandemia fechar todo o cinema, o público ainda pôde assistir a Bloodshot com Vin Diesel. Lançado em 12 de março, um dia antes do fechamento definitivo dos cinemas e da orientação da OMS para que se adira ao Isolamento Social.


Cinema vs Pirataria: como agir?

De acordo com Tingting Li, o lockdown foi momento propício para que o número de downloads “transacionais” acontecesse. “Talvez sem surpresa – segundo análise –, os títulos atuais de bilheteria foram os filmes mais baixados no BitTorrent durante a crise da Covid-19”. 

Assim, “como os cinemas são fechados, o download de sites de pirataria é a única maneira de acessar alguns dos filmes que seriam lançados durante esse período. No entanto, outros títulos de filmes apresentados nos 10 principais downloads semanais do BitTorrent estão disponíveis para visualização legítima. Por exemplo, a mais recente produção de animação da Pixar, ‘Dois Irmãos: uma jornada fantástica’ (lançada nos cinemas em março) e, ‘Trolls 2: World Tour’ da DreamWorks (originalmente prevista para lançamento em abril) estão disponíveis através de downloads transacionais únicos (Premium VoD)”, afirma a análise da Ampere Analysis datada de hoje (12 de junho)

Por fim, “apesar de estarem prontamente disponíveis na maior plataforma SVoD do mundo, os populares títulos de filmes da Netflix também estão sendo pirateados significativamente”.

No entanto, “os filmes originais da Netflix ‘Troco em dobro’ e ‘Resgate’ foram os filmes SVoD mais baixados no BitTorrent durante o bloqueio. Isso é parcialmente o resultado da atual queda nos lançamentos de filmes em tela grande, o que torna os títulos da Netflix mais visíveis do que em circunstâncias normais. ‘Resgate’ é um dos principais títulos da Netflix desde o seu lançamento em abril, e o mesmo nível de popularidade também é mostrado no BitTorrent, onde foi o filme mais popular por 2 semanas”. 

Portanto, Tingting Li afirma que “a popularidade do título de ação nos dois sites foi quase sincrônica, sugerindo que a Netflix ainda precisa fazer mais esforços para evitar a pirataria de seus filmes originais”.


Mesmo com a pandemia, cinemas estão previstos para reabrirem no próximo mês

Ademais, diante desse quadro, Christopher Nolan com Tenet, Niki Caro com Mulan e Patty Jenkins com Mulher Maravilha “disputam” quem reabrirá “as portas do paraíso”. Diretores não veem a hora de estarem de volta nas grandes telas para apresentar seus trabalhos. Tenet traz John David Washington e Robert Pattinson protagonizando o longa. Sua estreia está agendada para 17 de julho, será que vai?

Em contrapartida a produção da Disney com o live-action Mulan não está muito atrás de Nolan. Niki Caro foi a responsável por dirigir a adaptação da guerreira, ícone chinês. Harry Gregson-Williams já recebu altos elogios pela trilha sonora liberada em meados de abril. Grande ansiedade também está com o figurino de Bina Daigeler. Com estreia prevista também para julho, o cinema espera apresentar no dia 24.

Por fim, mas também não muito longe, e nem menos aguardado, Patty Jenkins traz a sequência da Grande Amazona Diana Prince, Princesa de Temyscira. Gal Gadot se prepara para viver Mulher Maravilha mais uma vez nas telonas. Se tudo correr como o planejado, o longa da Warner Bros e DC chega aos cinemas dia 14 de agosto.

Enfim, Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (11 de setembro de 2020), Morte no Nilo (9 de outubro de 2020), Duna (18 de dezembro de 2020) são longas que ainda mantém suas datas de estreia. No entanto, Os Novos Mutantes (adiado para 28 de agosto de 2020), Um Lugar Silencioso: parte 2 (adiado para 4 de setembro de 2020), Viúva Negra (adiado para 6 de novembro de 2020) e 007: Sem Tempo para Morrer (adiado para 25 de novembro de 2020), esperam que o calendário se mantenha sem mais alterações.


Portas abertas para um cinema de baixo orçamento

Para concluir, uma coisa é preciso deixar claro: a pandemia da Covid-19 afetará profundamente a indústria da TV e do cinema. Se é bom ou ruim, essa análise ficará clara no futuro. A indústria do entretenimento está sendo um dos setores afetados em grande escala pela pandemia do novo coronavírus.

Conforme uma nota divulgada no THR, A Universal Pictures e o produtor Jason Blum, responsável pela produtora Blumhouse têm buscado meios de “vencer a pandemia”. A produtora é conhecida por produzir filmes de baixo custo. Na nota, eles estão elaborando um plano para gravar um filme com baixo orçamento, estimado em US$ 6,6 milhões (R$ 37 milhões) no estúdio.

Portanto, nosso papel aqui não é de julgamento. Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, soluções precisam ser buscadas para que a arte consiga prevalecer. A prioridade permanece a vida de todo e qualquer cidadão. Toda vida importa e toda ela deve estar em primeiro lugar.

A saber, o movimento da nouvelle vogue surgiu como resposta ao estilo de cinema de Hollywood. Atualmente, “as produções da Blumhouse são tipicamente menores e exigem uma equipe menor. Trabalham com filmagens mais curtas e trabalhos limitados. O que é parte da razão pela qual podemos considerar uma produção totalmente no local, no amplo terreno do estúdio”, conforme a nota.


Por: Dione Afonso

(Foto destaque: stokpic por Pixabay

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