Há quem diga que os livros de Rice que abordam o universo da família de bruxas Mayfair trazem uma história bastante maçante. Talvez isto possa explicar o ritmo tímido que a narrativa nos traz nas duas primeiras temporadas adaptadas para TV. No primeiro ano sofremos um pouco ao sermos apresentados a um universo que já conhecemos. Desta vez, no segundo ano, apesar de conhecermos novos elementos, ainda assistimos a oito novos episódios ainda lentos em relação ao que a história deseja nos mostrar. As Bruxas Mayfair é uma série da escritora que apresenta a Organização Talamasca – há rumores de que um spin-off sobre eles será produzida – trata-se de um grupo de pessoas que têm poderes sensoriais e que os usam para o bem. A Talamasca investiga a família Mayfair e seus desígnios em relação ao futuro.
Já a série, - na sua segunda temporada – traz a Dra. Rowan Mayfair [Alexandra Daddario] com seu “filho” Lasher [Jack Huston] crescendo assustadoramente vários anos a cada vinte e quatro horas. Quando ele chega à fase adulta, Lasher se apresenta um ser que se designa algo além do humano. Com a ajuda de um antigo amigo e interesse amoroso, Rowan envolve Lark [Ben Feldman], que, ao realizar algumas pesquisas genéticas, não consegue identificar a origem do código DNA de Lasher. O episódio traz Tongayi Chirisa, que volta como Ciprien; Mariana Novak como a agente da Talamasca Polina e Harry Hamlin como Cortland Mayfair.
O ponto positivo que ganhamos na segunda temporada é ter nos revelado o que é, de fato, Lasher. A atuação de Huston é digna de elogios. Huston nos apresenta um Lasher confuso e, ao mesmo tempo, enigmático. Quando a Talamasca o revela ser um Talto poderoso e que tem séculos de vida e de tradição, a série ganha corpo e os episódios começam a ganhar um pouco mais de ritmo – ainda lenta, mas, como explicamos, talvez seja reflexo na própria escrita – e vai nos revelando que ameaças e oportunidades um Talto pode nos oferecer. Ciprien é levado sob custódia para a sede da Talamasca, em Amsterdã e lá, ao fazer suas exigências, conquista um posto de alto escalão na filial de Orleans e se alia a Polina para desvendar e salvar Rowan e Lasher da ganância e de um plano ambicioso encabeçado por Julien [Ted Levine] e Ian Mayfair [Ian Hoch].
O que Lasher representa é algo que a série ainda nos deixa sem responder. Mas sabemos que sua força sobrenatural pode realizar grandes feitos tanto para o bem quanto para o mal. A cena do casamento nos deixa isso muito bem claro quando Julien, ao enganar seu filho Cortland, revela seu plano de sacrificar os filhos de Lasher, 7 crianças e delas tomar o sangue mágico para que os poderes de um Talto corram nas veias de um grupo de bruxos dispostos a causar a desordem e a guerra. Rowan, incansavelmente, luta contra todo o plano e no último episódio alia-se à Talamasca afim de salvar Lasher e seus filhos e destruir os planos de Julien.
Rowan Mayfair volta a ser o centro de tudo. Há, na linhagem Mayfair também uma briga de poder, tanto política, quanto de poder. Depois de assistirmos intrigas atreladas a sacrifícios numa atmosfera permeada de segredos, a história alcança um novo nível: papeis são redefinidos; os personagens parecem retomar, cada um, seu ponto de origem e o futuro desta história pode nos revelar novas ameaças com um novo mal à solta: Julien Mayfair. Parece que há dois lados nesta briga: de um lado a Família Mayfair e do outro todos que se consideram inimigos dos Mayfair. Claro, o jogo de segredos e de tensões que vimos dentro da casa Mayfair ainda pode nos surpreender... Há um jogo de interesses muito peculiar que a série decidiu nos manter distantes... O jeito, é aguardar a terceira temporada.
Por Dione Afonso | Jornalista