16 Mar
16Mar

“Sinto pelas perdas de muitos, pelo adoecimento de tantos outros e pelo cansaço dos meus colegas de profissão. Sinto por não poder fazer mais nada além de orientar as pessoas da importância da prevenção e da vacina contra a Covid-19, pois são as nossas ferramentas para conter a disseminação do coronavírus e suas novas cepas.  Que em breve todos os brasileiros estejam vacinados e que possamos respirar aliviados.”.    

[Dra. Juliana Montijo Vasques, geriatra, preceptora da residência de geriatria do HOB e docente da graduação de medicina da UnibhExclusividade do @cicatriz.blog].



"Lembro que foi no dia 16 de março que a cidade de Belo Horizonte fechou. O decreto municipal comunicava que a pandemia estava entre nós". Essa é a primeira lembrança daquele dia que vem à memória da Dra. Juliana Vasques. Quando Belo Horizonte decretou o isolamento social; o fechamento das escolas; a parada dos transportes públicos, os hospitais e centro clínicos de atendimento iniciaram uma aglomeração que jamais poderiam imaginar acontecer.

O país já havia registrado os primeiros óbitos da covid-19. Nessa semana, o país completa um ano de pandemia causada pelo vírus da covid-19. Hoje, vivemos como numa cena de guerra no qual o país bate a triste marca de mais de 2.000 mortes por dia. 

O Blog Cicatriz faz uma coletânea de matérias afim de, mais do que dados, números, gráficos e estatísticas, trazemos histórias, rostos, nomes, um pouco daquilo que nos ajuda a passar por essa guerra onde o inimigo que não vemos torna-se letal e mais perigoso que aquele que carregamos. Nesse texto, trazemos os sentimentos, as dores, o sofrimento e também o reconhecimento daqueles que na “linha de frente”, não medem esforços para salvar quem vem ao seu encontro. A mensagem é de Mínison Domingos, um dos nossos colaboradores:   



1 ano... 

Mais de 11 milhões de casos confirmados... 

Milhões de assintomáticos não registrados... 

270 mil vidas perdidas. 

A maior crise sanitária do novo milênio. 

A maior crise de desumanidade do Brasil pós constituição de 1988. 


Temos boas leis. 

Temos direitos preservados em lei. 

Mas na ação é diferente. 

O que se fala nunca se faz! 


Desacreditam da ciência. 

Pervertem a religião. 

Ofendem comunicadores. 

Roubam a população. 

Perdem a verdadeira política.

Fecham os olhos para a vida defendendo a economia. 

A informação foi manipulada, hora por Fake News, hora por desinteresse de nossa parte. 


O medo tomou conta e silenciou os bons. 

O ódio tomou forma e deu as caras. 

Seguimos inábeis ao ouvir, falar e agir. 


Tivemos 365 dias pra fazer algo que não fizemos... 

Tivemos um ano pra melhorar e o que vemos é uma piora em tudo. 

No início, o vírus atingia sobretudo quem tinha a “imunidade baixa”. 

Mas o que vimos é que ele atingiu também quem tem “humanidade baixa”. 


Devíamos ter dado mais importância aos pedidos dos médicos e cientistas. 

Devíamos ter ouvido menos quem fez e faz dessa crise um jogo de política. 


365 dias... 

Um ano... 

Quantos lockdowns teremos de ter? 

O que podemos aprender? 


O que mais assusta é que nesse último ano as pessoas más perderam o medo, 

E as pessoas boas perderam a coragem. 


Sigamos firmes. 

Tenhamos consciência de que vivemos um momento que entrará para os livros de história. 

Façamos o possível para não irmos para este livro como números, 

Ou como vilões 

Mas como uma comunidade que, mesmo tarde, tomou consciência e fez a diferença, cumprindo seu papel: o de lutar pela sobrevivência. 


De um escritor amador que espera que você leitor seja um amante da leitura, da informação, 

Mas que seja muito mais amante da vida e tome seu papel na sociedade. 

Sendo um bom cidadão de bem e do Bem Comum.   



Por Christian Maia  |   PUC Minas

Por Dione Afonso   |   PUC Minas

Por Mínison Domingos  |  Matipó-MG 

16 de março de 2021 

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Foto: Imagem de Sathish kumar Periyasamy por Pixabay.

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