08 Oct
08Oct

What...If?, roteirizada por A.C. Bradley e Matthew Chaucey e dirigida por Bryan Andrews iniciou promissora. Todos os indícios de que veríamos uma nova versão dos heróis mais poderosos da terra em aventuras inimagináveis foi-nos entregue já logo nos primeiros episódios. Contudo, aos poucos a tapeação e o sentimento decepcionante de tramas mornas e algumas até sem propósitos empolgantes não deram conta de elevar tanto assim o hype. 

A grandiosidade de Capitã Carter, do Mago Supremo e da relevância de Viúva Negra fizeram da primeira temporada algo bonito de se ver. Por outro lado, quando os episódios dos Vingadores Zumbis, do Thor festeiro e os dois últimos da temporada entregam um roteiro já previsível, os estúdios apenas nos entrega uma história já conhecida numa figurinha repetida e cansativa. Sem novidades para nós. (Atenção: há spoilers a partir daqui).   


Da Capitã Carter à Viúva Negra, enquanto que Capitã Marvel cai no esquecimento 

“E se a Capitã Carter fosse a Primeira Vingadora?”, segundo nosso conceito aqui do Cicatriz, o primeiro episódio é o segundo melhor da temporada, pois apresenta uma versão alternativa de algo que ainda pode funcionar dentro do MCU. Uma vez que Kevin Feige canoniza a série, nada mais lógico de que nos entregar alternativas promissores para as produções futuras. Sabemos que os eventos de What...If? interferirão nas histórias futuras, e quanto vemos Carter se tornando Capitã pela força do soro de supersoldado, enxergamos um brilhantismo surpreendente. 

Mas Peggy Carter não é a única heroína destaque da temporada. A agente Natasha Romanoff, a Viúva Negra protagoniza a maioria dos episódios. É a vingadora que mais aparece na temporada. Episódio 03, episódio 08 e episódio 09 traz o melhor da heroína para nós e representa um legado ao filme solo estrelado por Scarlett Johansson. Sua trajetória nessa primeira temporada a humaniza a ponto de desenvolver uma bela amizade com Carter e nos entregar um final, apesar de previsível, digno de herói. 

Capitã Carter depois do primeiro episódio, retorna no final para liderar uma nova versão de Vingadores, aqui, chamados de Guardiões do Multiverso. Junto dela, ao quebrar o seu juramento, Vigia recruta a versão de Gamora que vence Thanos e veste sua armadura; o Doutor Estranho Supremo; o Kilmonger (que ainda tem muito pra nos mostrar, já que seu lado vilão não foi superado e, talvez nem seja); o T’Chala Senhor das Estrelas e o Thor Festeiro. A escolha (errônea na nossa opinião) abandona a força e poder de Capitã Marvel. Ela deveria estar nessa equipe ao lado de mulheres poderosas como Capitã Carter e Viúva Negra (esta, já estava no multiverso atual). 


"E se o Doutor Estranho perdesse seu amor ao invés de perder o controle de suas mãos?" 

Com uma empolgação não muito elevada já na metade da temporada, What... If? consegue entregar o seu melhor episódio da primeira temporada. Focado nos eventos de Doutor Estranho (2016, Scott Derrickson), o roteiro traz uma nova pegada e decide ir além da realidade espelhada do mago e insere, não só novos conceitos, mas nos coloca em cenários ainda não apresentados no MCU. A biblioteca de Kaliosto, mencionada por Kaecilius (Mads Mikkelsen) serve de palco para a perdição de Steve Strange. 

O que aconteceria se Steve, ao invés de machucar as mãos, perdesse o seu coração e seu amor?, essa é a premissa desse episódio e, assistimos à degradação de uma terra causada pela perdição e ambição do Mago Supremo. Um Ponto Absoluto não pode ser mudado ou alterado e nem revertido. Assim como a morte, um desses Pontos Absolutos não pode ser revogada. O Vigia, na voz de Jeffrey Wright pela primeira vez “aparece” interagindo com a série quando ele interpela o Dr. Mago Supremo por ter mexido onde não devia. Até porque, o Vigia é uma entidade cósmica, e sabemos das realidades místicas dos magos supremos. 

O Vigia mantém um juramento de não poder interferir nas histórias. Ele assiste tudo de sua realidade multiversal, mas deixa que a naturalidades dos eventos se concretize. Strange, é também o primeiro personagem que sente a presença da entidade, mas, perdido por sua loucura em proteger o amor de sua vida, Christine Palmer, ele já se autodestruiu a ponto de não se importar mais com outras realidades. Portanto, é ele, o Mago Supremo, o único capaz de salvar o multiverso no último episódio, quando o Vigia decide quebrar seu juramento ao se ver ameaçado pelo poder egoísta de Ultron no poder das Joias do Infinito. 


Os Guardiões do Multiverso, previsível cópia de Ultimato 

Sim. Foi literalmente uma versão repetida de Guerra Infinita e Ultimato. O Vigia recruta os heróis mais poderosos dos vários multiversos a fim de se reunirem num plano e destruir Ultron antes que ele aniquile todas as realidades multiversais. Na realidade em que todos se encontram, está a Viúva Negra, logo depois de perder seu parceiro e amigo, Clint Barton, o Gavião Arqueiro, numa cena sacrifical fazendo um lindo e emocionante paralelo quando os dois herois, em Ultimato vão em busca da joia da alma. Enquanto que naquela realidade Natasha se sacrifica, nessa, foi a vez de Barton. 

Portanto, sem muito alarde e sem inovar, o MCU prova que sair da caixinha não era bem os planos do início de temporada, o que foi decepcionante para aqueles que estavam esperando algo grandioso e totalmente novo assim como vimos em WandaVision no início do ano. A primeira série limitada para TV dos estúdios que não poupou esforços em se inovar. O que deu muito certo. Infelizmente, What...If? pecou nessa parte.

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