05 Jul
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Rua do Medo, da Netflix faz parte de uma adaptação – bastante livre, por sinal, da obra de R. L. Stine. A história ronda um mistério que envolve um certo ritual de bruxaria que amedronta uma pequena cidade do norte dos Estados Unidos. Dividida em três partes, a Netflix lançou a primeira parte ambientada em 1994 que introduz a história dando-nos boas risadas atreladas a certo mistério e cenas de medinho. 

Sem grandes sustos e nada muito horroroso para se mostrar, Rua do Medo é um típico cinema de Sessão da Tarde, aquele de finalzinho de tarde sentado na sala com os amigos da escola prontos para uma aventura descompromissada. O cinema slasher encontra na década de 70 um novo gênero de terror que após O Massacre da Serra Elétrica, sua ascensão, e, misturando comédia com o horror realizou novas experiências entre o público. 

Parece que a nova obra de Stine, mesmo que tenha uma liberdade sem freios para a tela promete conquistar novamente um público que se encantou com esse gênero de “terror b”. Rua do Medo é para os apaixonados pelo gênero, afim de matar a saudade e, também para a nova geração que pode se divertir com essa aventura desconecta. O longa é dirigido por Leigh Janiak (atenção, há spoilers a partir daqui)


Reverência a grandes clássicos 

Já logo de cara, a série de filmes que começou com Tobe Hopper em 1974, encontra claramente sua referência ao assistirmos uma jovem lojista do Shopping de Shadyside correndo de um ser mascarado. O que muda nessa nova história é que a identidade do assassino já é revelada no primeiro ato do filme. A partir de então, um grupo de amigos acabam se envolvendo mais do que gostariam numa história macabra envolvendo outros “monstros” que começam a matar deliberadamente sem escrúpulos. Clássico de um slasher. 

Os estereótipos do gênero estão por toda a parte do longa. As vezes até exageradamente, meio que desconectados do que a história realmente deseja contar. Essas referências que também evocam os clássicos Pânico que também marcaram essa época deixa em nós uma nostalgia saudável. O filme parece reunir o melhor dos cringe com o melhor da geração Z. Jovens ou velhos, gostamos de ver essa mistura nas telas afim de nos divertir e oferecer, de certa forma, uma pitada de adrenalina e aventura. 


Rua do Medo, 1994 – Parte 1

Portanto, o início dessa história receberá outros dois desdobramentos nas próximas semanas. O protagonismo do enredo coloca o casal Deena e Samantha (Kiana Madeira e Olivia Welch). Duas jovens que querem e desejam viver um amor sincero. Um casal LBGTQIA+ que protagonizam uma série de terror e que juntas irão buscar respostas para o que está acontecendo. O irmão de Deena, Josh (Benjamin Flores Jr.), também representa um grupo importante e traz representatividade à comunidade nerd. Josh quebra de forma sutil o bullying que jovens nerds de sua idade costumam enfrentar, sobretudo na escola. 

Por esses elementos sociais, vale muito a pena curtir em família ou com os amigos essa história. Um enredo descompromissado, talvez até uma história que demora muito pra engatar, mas que traz algumas discussões que podem ser abordadas no dia a dia. Claramente percebe-se que a sociedade repudia a atitude de Samantha. Vimos isso na personagem da própria mãe dela. Ou seja, ter de enfrentar, as vezes, a própria família, para ser do jeito que é.




Por Dione Afonso  |  Jornalismo PUC Minas

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