20 Apr
20Apr

Não é nem necessário repetir o que afirmamos quando o primeiro longa dessa franquia sci-fi saiu no ano passado. Mas, é necessário reafirmar que o hate que Snyder vem recebendo nas redes sociais é algo desumano: todos nós temos o direito de não gostar de tal arte ou achar algum filme ruim ou sem propósito; as vezes, até expressar sua opinião publicamente, contudo, desprezar, ofender e disseminar uma narrativa de rancor com expressões chulas, beirando à violência virtual contra outra pessoa é um crime e pode resultar em consequências irreversíveis. 

Abandonando, rapidamente a terceira pessoa no jornalismo e trazendo aqui, brevemente, uma sensação pessoal, “afirmo, com pesar, que é difícil não defender uma obra de Zack Snyder, uma vez que eu me apaixonei pelo estilo cinematográfico dele”. Esta tarefa fica impossível de se cumprir diante de Rebel Moon. A segunda parte que chegou até nós 4 meses após a primeira repetiu os mesmos desacertos e ainda, na tentativa de inserir uma segunda narrativa misteriosa, tentando impressionar com uma “virada de personagem” no final com a presença de Anthony Hopkins como o robô Jimmy, também foi uma tentativa fracassada em salvar a obra. 


Nada de novo e nada de esplêndido 

Partindo do exato momento em que o primeiro filme parou, Kora (Sophia Boutella) retorna para o seu vilarejo rural ao lado dos guerreiros Tarak, Titus, Sam e Donna, logo após terem derrotado Cassius (Alfonso Herrera). Contudo, o retorno do vilão, sem grandes expectativas, insiste em levar a guerra até o vilarejo afim de mostrar seu poder e sua força desumana. Os guerreiros, ao lado de Kora, e todos os habitantes daquele lugar pequeno e bucólico, unem-se afim de salvar o pouco que lhes resta. 

Snyder deixa claro que sua liberdade criativa lhe permitiu inserir na história o elemento que desejasse. Isso afeta um pouco o resultado, pois nos deixa questionamentos que são difíceis de se resolverem. A presença de Hopkins é magistral, mas sua falta de explicação e até mesmo ausência de sentido de sua presença acaba nos deixando interrogações que talvez nunca serão respondidas. Rebel Moon, afinal, é sobre uma história de poder e ganância que permeia num reinado intergaláctico que almeja um futuro exploratório e de riqueza. Para se conquistar este status, não importa quem esteja à nossa frente, estes serão esmagados pela espada ou pelas naves. 

Enfim, continuamos defendendo o cinema snyderiano, pois sua contribuição para a Sétima Arte ainda é digna de respeito e de conhecimento para futuras gerações de cineastas. Há algo de muito primoroso em Snyder e precisamos reconhecer isso: ele é apaixonado pelo que faz; ama cinema e ama contar histórias, das mais fantásticas que existem. E, talvez, hoje, nos tempos em que vivemos, nós precisamos de ter pessoas apaixonadas pelo o que fazem afim de defender com unhas e dentes o futuro da arte, do cinema, do audiovisual e da cultura.




Por Dione Afonso | Jornalista

Comentários
* O e-mail não será publicado no site.