04 Oct
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O que será que aconteceria se dois astros hollywoodianos, renomados estivessem juntos na mesma tela? George Clooney e Brad Pitt resolveram nos responder e da forma mais incomum possível. Lobos, é a aposta do diretor Jon Watts para uma história ficcional e cômica que, sem nenhuma presunção e nenhum indício de grandiosidade nos entrega um alívio cômico e comum. É um filme assistível, agradável e que não te coloca em nenhum lugar de decisão ou de reflexão profunda. Na verdade, profundidade é algo que Lobos não tem e nem tinha o interesse de ter. O trabalho de Watts é simples e familiar. Este trio só está interessado em se divertir e nos fazer divertir com eles também. 

Com narrativa noturna e eventos que acontecem todos na mesma noite até o amanhecer, a trama segue Jack [Clooney], aquele “cara” que é acionado quando algo dá muito errado e ele é contratado para “limpar as coisas”. No caso que o filme se dispõe a contar Jack conhece Nick [Pitt], o outro cara que faz o mesmo trabalho que ele. Contudo, aparecendo na tela como rivais, concorrentes e, talvez, até inimigos, coo solitários e com aquele clichê de que “eu só trabalho sozinho”, vemos uma dinâmica agradável e cômica com a atuação de ambos e a química entre os dois personagens. Na cena, conhecemos Margaret [Amy Ryan] e o jovem Kid [Austin Abrams]; ela, a cliente, ele, a sujeira que precisa ser limpa. 


Algo leve para o café da manhã 

As semelhanças entre Jack e Nick, na medida em que vão surgindo com o avançar da história, são colocadas de forma concatenadas e num roteiro bastante simples, mas envolvente. Quando Kid, que esperávamos estar morto, “ressuscita”, uma espécie de “corrida entre polícia e ladrão” coloca um pouco de ação numa comédia que pouco faz rir, enquanto muito nos faz ficar interessados. O magrelo Kid, subindo escadas perigosas, atravessando viadutos e passando por passarelas estreitas é algo que não faz sentido nenhum, mas, que ao mesmo temo quebra certos clichês que deram muito certo. A médica que age fora da lei, June [Pooma Jagannathan], com seus poucos minutos de tela serviu muito bem o papel de informante e de alguém que mente muito bem para sobreviver. 

Enquanto Jack é o Lobo contratado pela Promotora de Justiça Margaret; Nick é o Lobo contratado pela dona do hotel que mantém seu interesse em não manchar o nome do estabelecimento. Ambos, na mesma cena precisam unir forças afim de deixar suas clientes satisfeitas. Contudo, um Lobo é um lobo exatamente por não conviver, não ter amigos, não ter parceiros e trabalhar sempre sozinho. Mais clichê que esta premissa não existe. O ato final do filme, no entanto, surpreende-nos de forma que fez a avaliação deste filme subir. O trabalho é bom, é honesto, verdadeiro e aprazível. Lobos é a comédia que não precisa nos fazer rir para nos proporcionar diversão e alegria. Entre tantos filmes “oscarizados” e com profundas reflexões, é sempre bom nos servir de algo leve e que simplesmente nos faça relaxar em nosso sofá. 

Portanto, Lobos chega para desmistificar que grandes astros podem fazer coisas pequenas e agradáveis. Honestas e com bons tons de verdade e de prazer. Clooney e Pitt é uma dupla de atores que, juntos em tela, funciona muito bem e vai ser bom vê-los novamente na mesma toada e dinâmica. Atores consagrados na indústria hollywoodiana também precisam se divertir e Lobos cumpriu com o objetivo. Depois do sucesso da trilogia Onze Homens e Um Segredo [2001 – 2004 – 2007], Clooney e Pitt retomam a parceria e faz de Lobos seu mais novo entretenimento.



Por Dione Afonso  |  Jornalista

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