22 Jul
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Vamos recapitular nossa história: o projeto Cobra Kai, iniciou timidamente e sem grandes propósitos e recursos pela plataforma de vídeos YouTube. Devido ao sucesso que os episódios provocaram, o serviço e streaming rapidamente adotou a obra e trouxe para dentro de suas produções. Hoje, é uma das séries mais vistas da Netflix. A série é uma continuação direta da trilogia Karate Kid de John G. Avildsen, que iniciou em 1984 com o primeiro filme. Respeitando a tradição, explorando a nostalgia e atualizando conceitos e sentimentos juvenis, a série carrega o peso do legado de Karatê Kid trazendo de volta, inclusive, atores de renome: Ralph Maccho e William Zabka retornam como Daniel LaRusso e Johnny Lawrence, respectivamente. Em temporadas seguintes Martin Kove e Thomas Ian Griffith também reprisam seus papeis como John Kreese e Terry Silver. 

O respeito e a homenagem que prestam ao ator Pat Morita (1932-2005), que viveu o mestre sensei Sr. Miyagi também foi outro belo acerto da série. O peso que seu personagem carrega é fundamental e a razão pela qual os filmes e a série existem. Dividida em 3 partes, esta temporada final promete nos tirar o fôlego mantendo um clímax satisfatório de um grande torneio, tanto no “palco” dos jogos, com o Torneio Mundial Sekai Taikai, quanto no palco da vida e das relações. A falsa tranquilidade que os episódios dessa primeira parte nos trazem não dura por muito tempo. E o que vemos agora não é apenas os jovens competidores em conflitos. Até mesmo os adultos tentam estreitar vossos laços, mas enfrentam os dramas sociais, conjugais e pessoais. 


Uma grande preparação 

A terceira parte desta finale season se dará com um longa-metragem e, como já sabemos, o próprio Jackie Chan está envolvido na produção e atuação. O crescimento dos jovens atores é algo muito emocionante de se ver. Lá trás, em 2018, quando saiu a primeira temporada, vimos os pequenos Miguel Diaz (Xolo Maridueña); Robby Keene (Tanner Buchanan); os filhos LaRusso, os jovens do colégios, tudo em busca de vossos sonhos. Os dramas do bulliyng, das chacotas. Os problemas com os vícios tecnológicos, as situações indesejadas da puberdade. Problemas familiares, a dificuldade em controlar a raiva, a ansiedade, os dramas financeiros. E tantas outras situações que impuseram a estes jovens, terem que amadurecer mais rápido que o habitual e se virarem numa vida não muito justa com eles. 

Depois, o protagonismo feminino dando destaque a Tory Nichols (Peyton Roi List). Como esta atriz cresceu e como sua personagem evoluiu. E ela ainda terá muito a nos mostrar. Enquanto Samantha LaRusso (Mary Mouser) teve que lidar com os privilégios de classe; Aisha Robinson (Nichole Brown) enfretou preconceitos como a gordofobia. Devon Lee (Oona O’Brien), uma jovem ansiosa e super hiperativa que também conquista destaque nestes capítulos finais e um grande destaque às mulheres adultas da série: o retorno de Courtney Henggeler como Amanda LaRusso; Vanessa Rubio vivendo Carmen, mãe de Miguel e a perigosa sensei Kim Da-Eun (Alicia Hannar-Kim). 

Esta sexta e última temporada sintoniza os jovens pós-colegial. Cada um está em busca de sua faculdade tentando responder à famosa pergunta: “o que eu vou ser quando crescer?”. A hora é agora! Referências cômicas e muito bem feitas sobre o M.I.T, por exemplo, são maravilhosas e refletem um pouco deste drama dos jovens, em que a fase das decisões chegou. Um outro salto positivo a esta nova leva de episódios é que aquele vai-e-vem onde cenas clássicas do filme nos traziam o passado dos personagens está em menor frequência, mas, mesmo assim, o legado de Karatê Kid não se distanciou do objetivo narrativo. 


Texto receberá atualização com a segunda parte da temporada.




Por Dione Afonso  |  Jornalista

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