01 Feb
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“Você quer ser excelente? Verdadeiramente excelente no que faz? Então seja excelente todos os dias, em todas as partes da sua vida. É isso que as melhores pessoas fazem. Meu nome é Carol Danvers. Desde criança, eu não me encaixava. É que eu sempre quis voar. Não é uma questão do que eu não sou. E sim de quem eu poderia ser. Não venha com ‘lady’ pra cima de mim. Eu sou uma Vingadora”.     

[DANVER, Carol, interpretada por Brie Larson. 2019, Marvel Studios].   



Criada por Stan Lee e Jack Kirby em 1966, Peggy Carter, tanto nas HQs, quanto nos filmes do MCU sempre tem uma semelhança de histórias: Margaret Carter (Peggy) era uma soldada da Segunda Guerra Mundial, e, ao ser recrutada para uma outra missão onde conhece Steve Rogers e companhia, ela se apaixona por ele. Já Maria Rambeau aparece nos filmes do MCU em 2019 ao lado de Carol Danvers, a Capitã Marvel. Ela era uma ex-pilota da Força Aérea dos Estados Unidos e a melhor amiga de Danvers. 

Quanto a Maria Rambeau, sabemos que ela estava lutando contra um câncer e, infelizmente faleceu, como revela WandaVision, a primeira série da Marvel Studios para TV disponível no Disney Plus. Já a Agente Carter ganhou uma série em 2015 em que ela dá continuidade à missão de lutar contra as forças da HYDRA no qual ela teve contato nos eventos de Capitão América: o Primeiro Vingador (Joe Johnston, 2011). E é aí que tudo começa. Peggy Carter é a primeira mulher que vai levantar a primeira pilastra do grande “pentágono” dos Vingadores


As bases da S.H.I.E.L.D. 

Juntamente com Howard Stark, Carter (interpretada pela atriz Hayley Atwell) levantou as bases da Superintendência Humana para Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão, ou, se preferir: S.H.I.E.L.D. Em 1970, contanto com 50 anos essa grandiosa mulher torna-se a diretora da organização depois de passar anos combatendo frente a frente as forças do mal investidas pela HYDRA, os vilões que sempre atormentaram o planeta terra. Em Agente Carter (2015, ABC), vemos o desenvolvimento de seu personagem até culminar numa S.H.I.E.L.D. muito bem planejada e organizada. 

A S.H.I.E.L.D. também ganhou uma série. Uma das de maiores sucessos da Marvel até então. Contando 9 temporadas, Agentes of S.H.I.E.L.D. (2013, ABC) conhecemos mais de perto tudo o que acontece com esses agentes de personagens secundários nos filmes do MCU. A série é ambientada após os eventos de Vingadores (2012, Joss Weddon) e encerra com o pós estalo do Thanos em 2023 com Vingadores: Ultimato (2019, Joe e Anthony Russo). 

Tudo o que assistimos da S.H.I.E.L.D. foi construído, arquitetado, organizado e planejado por uma mulher, heroína, corajosa e que preservou fielmente o seu amor até o fim: Peggy Carter. Uma das fundadoras da Marvel entrega ao mais poderoso time de heróis uma organização secreta e com muito potencial de salvar o mundo. É estranho como que quem ganha o total destaque por essa organização futuramente são nomes como Nick Fury; Tony Stark e Phill Coulson... 


Precisamos de mais: conhecemos a S.W.O.R.D. 

Quando em 2019 veio o primeiro filme da Marvel em que quem é o protagonista é uma heroína feminina, conhecemos uma mulher chamada Maria Rambeau (Lashana Lynch). Uma pilota, capitã que, sendo uma personagem secundária, torna-se mais uma mulher a mostrar seu valor no MCU. Além dela ser a responsável em fazer Carol Danvers (a capitã) a redescobrir sua verdadeira identidade, descobrimos que Maria é mais uma mulher a erguer mais um dos pilares desse “pentágono de heróis”, os Vingadores

A Equipe de Supervisão, Pesquisa, Avaliação e Defesa Armada, ou, se preferir, S.W.O.R.D., é mais um braço parecido com o que Peggy criou para ajudar a proteger a terra de elementos duvidosos. A S.W.O.R.D. é criada por Rambeau para cuidar de ameaças “alienígenas”, é como uma S.H.I.E.L.D. do espaço, ou seja, que cuida de forças ligadas a seres que não são humanos, ou poderes que estão fora do alcance da terra. Acreditamos que isso tem profunda ligação com o que vimos um pouco em Capitã Marvel (2019, Anna Boden, Ryan Fleck) e em Homem-Aranha: Longe de Casa (2019, Jon Watts) onde vemos o MCU explorando áreas espaciais. 

No longa de Danvers (Brie Larson) vemos o possível início de uma organização secreta no espaço com os Kree / Skrulls e, com Peter Parker (Tom Holland), vemos Nick Fury (Samuel L. Jackson) desfrutando dessas possíveis instalações como nos é revelado na cena pós-créditos do filme do “amigo da vizinhança”. A Capitã, ganha o espaço e, portanto, Maria Rambeau, após seu contato com uma heroína de forças sobre-humanas cria uma instalação onde poderá “controlar” e monitorar qualquer tipo de ameaça à terra. Mais tarde, após o “blip” do Thanos (Josh Brolin) em Vingadores Ultimato, Monica, sabendo da morte da mãe torna-se diretora da S.W.O.R.D. e sua primeira missão a coloca frente aos poderes sobrenaturais de Wanda Maximoff (a Feiticeira Escarlate). 


As mulheres expandem o Universo Cinematográfico da Marvel 

O canal norte-americano ABC não levou à frente o projeto que protagonizava a Agente Peggy Carter, interpretada pela atriz Hayley Atwell. Naquela época não havia ideia do alcance de Peggy, mas daquela participação como coadjuvante e interesse amoroso de Steve Rogers (Chris Evans), a futura fundadora da S.H.I.E.L.D. havia chance de ter sucesso em sua própria história. O mesmo agora está acontecendo com a Capitã Maria Rambeau, fundadora da S.W.O.R.D. 

Peggy foi a primeira heroína da Marvel a protagonizar uma série própria. A Marvel demorou pra lançar Capitã Marvel, o primeiro longa dos estúdios a colocar uma mulher heroína, protagonista de sua própria história. No próprio time de heróis, entre aqueles que comandam o enredo, vemos poucos nomes femininos. Ademais, com a expansão do MCU, que, ousadamente Kevin Feige está abraçando com toda a sua audácia e inteligência, vemos essa representatividade ganhar mais força com WandaVision pelo streaming da Disney Plus em 2021. 

Depois que os três primeiros episódios começaram com os dois heróis principais (Wanda e Visão) vivenciando a vida de um casal de comédias americanas dos anos 1950-70, celebrando uma perfeita homenagem para a história da TV com as sitcoms, o EP 4 traz com toda força o MCU e define a história como parte da franquia expansiva dos filmes e dos quadrinhos. Seja bem-vinda Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel. 

O MCU usou o quarto episódio de WandaVision para trazer de volta Darcy Lewis de Kat Dennings e o agente do FBI Jimmy Woo de Randall Park, ao mesmo tempo em que lançou a estreia da versão da S.W.O.R.D. da Marvel Studios. Junto com essa revelação, veio uma verdadeira introdução a Monica Rambeau de Teyonah Parris, que só tinha sido vista como parte da realidade do sitcom de Wanda antes que a história voltasse ao seu retorno à posição como capitã do S.W.O.R.D. Peggy Carter parecia viver uma vida consideravelmente mais longa do que Maria Rambeau em termos de idade, embora ambas tenham causado um impacto profundo no mundo dos super-heróis e da inteligência, tanto na Terra quanto fora de sua atmosfera. Em termos simples, nem S.H.I.E.L.D. ou S.W.O.R.D. provavelmente existiriam em seus estados atuais se não fosse pelos esforços de Carter e Rambeau. Não está claro qual é o futuro da S.H.I.E.L.D. no MCU daqui para frente, mas o S.W.O.R.D. está apenas começando. Monica Rambeau, busca continuar o legado de sua mãe à medida que esta série avança e, em março, Sharon Carter de Emily Van Camp fará o possível para deixar sua tia Peggy orgulhosa em O Falcão e o Soldado Invernal



“Não se esforce muito para se encaixar – e definitivamente não se esforce muito para ser diferente… Só se esforce muito para ser você” 

(Zendaya, a atriz está no MCU como M.J. na franquia do Homem-Aranha)




Por Dione Afonso 

Jornalismo PUC-Minas

Foto de capa: Reprodução / (@MCU_TheDirect)

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