10 Nov
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Diante de uma leva de indecisões e de quebras na Marvel Studios, a chegada de The Marvels – trabalho que dá sequência à Capitã Marvel de 2019, não conseguiu amenizar as decepções do seu público. O famoso, “prometeu e não cumpriu” aconteceu, infelizmente. Contudo, pontos positivos como ter Nia DaCosta como diretora e o protagonismo da jovem Iman Vellani, conseguem nos prender numa narrativa pobre, com uma ameaça sem sentido e uma vilã completamente esquecível. 

Este trabalho evidencia o mesmo problema que insiste em se manter por gerações: em 2019 vibramos o fato de termos o primeiro filme de heroína com Brie Larson interpretando a Capitão Marvel. Porém, seu sucesso de bilheteria foi estratégico ao evidenciar que, para compreender o que ia acontecer em Vingadores: Ultimato dois meses depois de seu filme ter sido lançado, era necessário ver Larson dando vida a essa Vingadora. Outro salto foi dado agora: temos três heroínas protagonistas, uma jovem que tem um carisma especial e uma diretora de respeito no comando. 


Sem muito o que dizer, com tudo para explicar 

Nia DaCosta fez um ótimo trabalho dirigindo essas três mulheres em tela. Brie Larson, Teyonah Parris e Iman Vellani apresentaram uma ótima química em tela. O roteiro e a narrativa do que pretendiam contar, infelizmente não foi forte o bastante para manter o interesse de ficarmos fixado na grande tela. A trilha sonora também não ajudou – apesar dos trailers terem prometido isso – o figurino ficou a desejar e o desfecho da história também ficou meia boca. 

Infelizmente, percebe-se que o estúdio desperdiçou grandes talentos de mulheres incríveis. É a primeira vez que percebemos que um filme de heróis não precisou de uma forte presença masculina para sustentar a história, mas, não souberam aproveitar a chance. Ms. Marvel, Monica Rambeau e Capitã Marvel tinham a essência de seus poderes como único item em comum: todas tiravam seu poder da luz; enquanto Rambeau absorve a luz, as outras conseguem criar coisas com ela. 


Mais um final que abre novas narrativas 

O que vamos fazer com tantas pontas que estão abrindo? Harry Styles apareceu no final de Eternos. Guardiões da Galáxia trouxe Adam Warlock. O Hulk apresentou um filho em She Hulk. Doutor Estranho trouxe a Ms. América Chavez. O Cavaleiro da Lua está por aí... Demolidor e Echo chegando; Gavião Arqueiro trouxe Hailee Steinfeld... enfim... Muita coisa sendo prometida, revelada, mas nada se conectando. Essa espera será até onde? E, como se não bastasse, os X-Man são apresentados no fim de As Marvels, Deadpool traz Wolverine.  A segunda temporada de Loki, encerra-se com uma boa explicação: Loki ocupa o lugar de um possível “Deus do Tempo” e segura, controla, guarda, dá vida e protege as ramificações temporais, as linhas temporais, ou seja, todo o Multiverso. Seria um bom encerramento do personagem, ou a Marvel estaria planejando uma terceira (e finale?) temporada.




Por Dione Afonso  |  Jornalista

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