31 Jul
31Jul

“Não importa o Harry ter morrido. Pessoas morrem todos os dias. Amigos, familiares. Perdemos o Harry, mas ele está conosco, aqui dentro. Também o Fred e Remo, Tonks, todos eles. Eles não morreram em vão. Mas é o seu fim, porque está errado. O coração do Harry batia por nós, por todos nós. Isso ainda não acabou”.  

[HP e as Relíquias da Morte, 2. David Yates, 2011].



Quando nasceu a ideia do Cicatriz, esse portal, era tudo muito sonhador e inspirador. Foi Harry Potter uma das literaturas que mais me transformou na minha vida. Amante dos livros, da escrita, das histórias, magia e aventuras, eu sempre tive um bom livro do meu lado, na cabeceira da cama, na mesa da sala, em qualquer lugar eu tenho um livro na bolsa para ocupar um momento vago que o ocorrer durante o dia. São os livros os principais fatores de transformação da nossa humanidade e personalidade. 

Em 2021, completamos 20 anos que as sagas Harry Potter (J. K. Rowling) e O Senhor dos Aneis (J. R. R. Tolkien) invadiram nossas vidas, nossas livrarias e nossos cinemas. E nesses 20 anos, gerações de todas as idades se sentiram marcadas e inspiradas por essas histórias. O Blog Cicatriz está há um mês de completar um ano de existência e falar dessa data é mais um motivo para continuarmos investindo no que fazemos de melhor: inspirar... 


Harry Potter e a Pedra Filosofal 

O primeiro livro da saga chegou ainda no finalzinho dos anos 90. Em 2001, há exatos 20 anos atrás, o cineasta Chris Columbus e o produtor David Heyman levaram aquelas 200 páginas para uma adaptação surpreendente nas telonas. O filme foi sucesso e encantou crianças e jovens em todo o mundo. Iniciava ali uma grande saga, uma grande história. “Essas pessoas jamais vão entende-lo. Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele” (JKR., 1997, 15). 

A magia nos conecta. E isso não é ficção. Quando uma vida é transformada pela cultura, pelo mundo dos livros, essa pessoa torna-se mais humana, mais dialogável, mais compreensível. E isso não é questão de mais inteligência ou sabedoria. É questão de mais humanidade, mais empatia, sororidade. Harry Potter mudou e continua mudando nossas vidas. O Cicatriz hoje existe graças a Harry Potter, não só, é claro, mas ele foi o estopim, o empurrão decisivo para tornar sonhos em realidade, levar para a concretude da vida tudo o que almejamos. 

Hoje, revisitar páginas que já foram lidas centenas de vezes é sempre um redescobrir coisas novas em baús velhos. Harry pode até ser um baú velho, mas é sempre inspirador. É onde busco ensinamentos sobre amizade, coragem, bravura, amor, sacrifício. O amor é o centro de toda a história, de toda a magia, não deveria ser também, o amor, centro de todo ser humano? 


Amantes da leitura, apaixonados pela escrita 

Recentemente, recebi uma mensagem de felicitação que diz que “minha sabedoria às vezes me deixa tenso./ Minha vaidade me faz querer ser melhor./ Minha lealdade me torna só, pois, afasto-me de quem não luta pelo bem, o bem comum./ Passo horas vendo uma série de TV, da leitura sou um refém”. E nunca um verso poético me descreveu tão bem. E isso eu carrego comigo em meus projetos, no Cicatriz, nos meus estudos e no meu caminho de ideal de vida. 

Lembro até hoje do primeiro livro que conheci, que tive contato, que li e que me encantei. O Jardim Secreto da escritora francesa Frances Hodgson Burnett. Foi incrível me aventurar naquela história. Foi meu primeiro contato não só com a leitura, mas com o mundo mágico que iria transformar a minha vida. Até porque, Harry Potter não fez parte da minha infância. Ele chegou já em minha juventude. Depois de Burnett eu me aventurei nas obras de Shakespeare e nos escritos brasileiros como Fernando Pessoa, Machado de Assis e mais tarde me chegou Martha Medeiros. 

Quer saber quem eu sou, venha e descubra o que eu leio. Muitos me julgam porque que eu não sou simpatizante do universo Disney e do mundo das princesas. Entendam: não é preconceito, eu só não tive contato com isso na infância. Hoje que estou descobrindo. Nunca li Chapeuzinho Vermelho, Os Três Porquinhos ou qualquer outra historinha paralela à Branca de Neve. Esses livros infantis não chegaram a mim. Mas toda leitura é bem-vinda. Todo universo literário é válido e precisamos mergulhar sem preconceitos e conhecer a fundo cada um. 


Harry Potter, obrigado por tudo! 

Uma vez me perguntaram porque que eu me interessei por uma área jornalística de “pouco ibope” e considerada irrelevante para a maioria da população. E eu respondi: “é justamente por discordar desse ponto de vista que eu me interesso pelo jornalismo de entretenimento e cultural”. Eu olho para os gêmeos Weasley da saga Harry Potter, e uma cena, em específico, responde claramente essa questão: 

“O Beco Diagonal mudara. Os arranjos coloridos e brilhantes nas vitrines exibindo livros de feitiço, ingredientes e caldeirões para poções estavam ocultos por grandes cartazes do Ministério da Magia. Mas, encaixada entre essas fachadas sem graça, cobertas por cartazes, as vitrines de Fred e Jorge chamavam a atenção como uma queima de fogos e, segundo Hermione, essa magia é fantástica”

(HP e o Enigma do Príncipe, 2005, p. 77, 81 e 82).

No filme, Harry se questionava, “como que, no meio de todo o mal que está acontecendo a Gemialidades Weasley faz tanto sucesso?”, e a resposta de Hermione é inspiradora: “talvez, no meio de tanta maldade, as pessoas estejam sempre em busca de um motivo pra sorrir”. 


Cicatriz, um jornalismo diferente! 

Então, se o meu trabalho jornalístico não for pra fazer as pessoas sorrirem e se emocionarem, para mim ele não terá valor. No meio de uma guerra, os irmãos Weasley só queriam dar para as pessoas um motivo para sorrir e se divertirem. Logo, no meio de uma guerra jornalística em busca da notícia em primeira mão protagonizada por profissionais do jornalismo comunicando mortes, assassinatos, guerra e sangue, eu quero ser aquele que os fará voltar a sorrir! Cicatrizar... 

Talvez o que faça as pessoas sorrirem não dê tanto ibope como o que as fazem sofrer e chorar... Nós, não estamos atrás do ibope, mas de sorrisos e se a alegria, se a história de vida não for capaz de nos fazer sorrir, não acredito que a maldade, que as mortes, injustiças, discursos de ódio farão! 

Se o mundo está carente de amor, nosso objetivo é narrar histórias encharcadas de experiências de vida emaranhadas de amor. É real. É a nossa história. É o que vivemos e é o que nossa gente espera encontrar quando buscam sentido de vida. Assim, “como a fênix, que pegam fogo quando chega a hora de morrer e renascem das cinzas...” (JKR., 2001, p. 140), ressurge cicatriz. Um perfil de narrativas jornalísticas inspiradas na literatura dos livros e na literatura das vidas do dia a dia. Essa é a nossa mais poderosa magia.


A você que conhece, gosta, apoia e contribui com o Cicatriz, obrigado por acreditar nesse trabalho!

Malfeito, feito!

Nox!



Por Dione Afonso

Jornalismo PUC Minas

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