12 Dec
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Como é bom voltar a ver a pequena cidade de Rohan e como que Saruman, o Branco chega a ela. Mais gratificante ainda é poder estarmos de volta ao Abismo de Elm, e ainda descobrir porque que a fortaleza e sua grande muralha ganhou este nome. Novo filme da franquia que adapta as obras de J. R. R. Tolkien aborda uma batalha épica e dá voz a uma personagem que não apareceu nem nos filmes e nem na série de TV em andamento. A Guerra dos Rohirrim acontece 200 anos antes dos eventos que envolvem o Um Anel e a Sociedade formada a partir de Frodo Bolseiro. Os habitantes da nossa conhecida Rohan são ameaçados por um outro grupo e, por conta da negação do Rei Elm, o Mão-De-Martelo em entregar sua filha Hera em casamento com o propósito de dar fim ao conflito, vemos Hera com seu povo tendo de fazer escolhas decisivas para sobreviverem. 

Dirigido por Kenji Kamiyama, a animação revela uma fotografia espetacular que passa desde a pequena cidade de Rohan sobre o monte até as grandes pastagens por onde Hera cavalga com seu olhar corajoso e sempre atenta. A cena que abre o longa apresenta Hera se encontrando com uma daquelas águias gigantes que já conhecemos e que possuem um papel fundamental no ato final do filme. É corajosa a decisão de rapidamente colocar Hera no centro da trama e fazer dela a protagonista de toda a história. Na batalha, ela assiste à morte dos dois irmãos e, mais tarde, vê o pai salvando a sua vida e a de seu povo. Restando apenas ela da família, vê-se no lugar de pôr fim à batalha. Seu inimigo, Wulf, filho de Freca, com quem ela deveria se casar em nome de uma aliança de paz possui uma maldade à altura da trama e dificilmente de ser esquecido. 


Repetições que dão certo 

É inevitável escapar dos clichês dentro de uma franquia tão grande como essa. No ato final, quando Hera está frente a frente com Wulf e seu pequeno exército tenta sobreviver ao exército inimigo, eis que surge do alto da colina o seu pedido de ajuda. Seu primo surge no clarão da lua, tal qual Gandalf surge no amanhecer na franquia original. Outras cenas como essa conseguem nos transportar de forma muito saudosa aos filmes que assistimos nas telonas há alguns anos e, consegue arrancar aquele sorrisinho de gratidão. A guerra que acontece no primeiro ato, embora muito breve, consegue deixar cenas grandiosas e que fazem a narrativa avançar. Um ato de traição que pega Elm de surpresa e a agilidade de Hera em proteger seu povo. 

O segundo ato, embora lento e sem muitas emoções consolida Hera como a guerreira que o povo precisa e a única saída que se tem para derrotar o inimigo. Sua coragem em ir até à águia gigante e contar com a ajuda dela revela a coragem que o filme teve ao abordar tal protagonismo. No final, em poucos segundos, já com primo de Hera coroado o novo Rei de Rohan, surge o Mago Branco, Saruman, que temos a alegria em conhece-lo antes de ser corrompido pelas forças da escuridão. Gandalf não aparece, mas é citado por Hera que parte numa nova aventura em busca de respostas e que contará com o Cinzento para descobrir. É um bom filme e um ótimo reinício de uma franquia que ainda pode nos surpreender.




Por Dione Afonso  |  Jornalista

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