29 Jul
29Jul

Não é só a guerra que parece ter seguido sem suas regras; a própria produção de Guy Ritchie também não se importou muito em seguir diretrizes cinematográficas. Não que isso seja um problema, já que o cineasta não é tão ruim assim e possui uma filmografia de respeito. Antes de mais nada, é preciso ter a consciência de que o filme trata de um fato que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, contudo, ele tem a liberdade da ficção e da criatividade, portanto, “num tudo o que parece, é”. Ritchie se baseia num livro de ficção de Damien Lewis, que usa a estratégia que ficou conhecida como Operação Postmaster para embalar a sua história literária. Os personagens existiram, e o filme nos entrega ótimas atuações e um carisma fantásticos de seus atores e atriz. 

Reunindo Henry Cavill, Alan Ritchson, Eiza González, Alex Pettyfer, Henry Golding e Hero Finnes Tiffin, equipe protagoniza aquele clássico episódio bélico em que, instruídos por Winston Churchill (Rory Kinnear), terão que agir fora das regras. Equipe terá que agir nas sombras, embarcam numa missão suicida afim de enfraquecer os nazistas durante a guerra. Se forem pegos, todos negarão envolvimento em tal ação. Cavill é o capitão da operação, interpretando o líder Gus March-Pilliphs que, na atuação, dá um tom cômico e despreocupado ao seu personagem. Enquanto invadem uma base militar nazista para libertar Geoffrey (Pettyfer), a equipe estuda como vai enfraquecer a oposição. Lembrando que na história real, a Operação Postmaster consistia em roubar navios munidos com um poder bélico gigantesco e abandoná-los à deriva do alto-mar. 


Boas coreografias e explosões para todo lado 

O time age bem. Como afirmamos, temos diante das telas ótimas atuações que nos fazem rir e ficar tensos na medida em que a operação vai avançando. A presença da Agente Infiltrada Marjorie (González) é um primor. Suas cenas são uma das melhores de todo o filme e Ritchie consegue nos dar de presente o maior tempo de tela que consegue com ela. Uma jovem corajosa, que, mesmo se assustando com o que os alemães podem fazer com uma mulher e judia, ela não para, muito pelo contrário, avança ainda mais confiante, rumo ao pescoço do inimigo. Na vida real, Marjorie e Gus se apaixonam e casam-se. Sentimos falte de um pequeno romance nas cenas finais do filme. 

Muito bem coreografado foram as cenas de Anders (Ritchson) e de Freddy (Golding) dentro do navio. Ritchson já nos ganha com sua série de sucesso ReacherAliás, é possível perceber certa semelhança entre os personagens. Em Guerra Sem Regras, no entanto, o personagem de Ritchson não hesita em matar, ele até se diverte com isso. Henry (Tiffin) e Geoffrey, num determinado ponto da trama ficam meio esquecidos. O filme peca quando se esquece de valorizar a equipe que tem diante das telas e se perde naquela tacada final. No filme, a equipe decide explodir os tanques de combustíveis e roubar o Condessa, o navio em questão. Ao invés de abandona-lo no mar, decide entregar para a oposição, e tal ato garante a todos eles a sobrevivência na cena final. 

Guerra Sem Regras está longe de ser um filme que nos ajudará nas questões de História sobre a Segunda Guerra Mundial. Na verdade, não é nem aconselhável tê-lo como referência. Há algumas inclinações em fatos, como o de promover festas para os soldados alemães com bebidas e mulheres, uma vez que eles são inclinados a tal divertimento. Também a presença do líder nazista naquele Porto, Heinrich Luhr (Til Schweiger), um homem cruel que quase caiu na lábia de Marjorie. E algumas outras referências que podem ter sido extraídas da História... o fato é que o filme é divertido, nos dá alguns minutos de alegria e uma boa experiência cinematográfica.




Por Dione Afonso  |  Jornalista

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