Depois de muitas especulações, pedidos e sonhos dos potterheads – aquele que se diz fã da saga Harry Potter – a Warner Bros Discovery, ao anunciar seu novo serviço de streaming que de HBO Max, passará a se chamar simplesmente “MAX”, a plataforma anuncia que a série do universo do bruxinho mais famoso do mundo foi aprovada. Programada para acontecer em uma década, os 10 anos adaptarão os sete livros da saga, inicialmente cada temporada corresponderá a um livro. Sua criadora e autora, J. K. Rowling é anunciada como produtora executiva e em pronunciamento, Rowling afirma que é missão dela manter a integridade da história narrada naquelas páginas.
Não há nenhuma outra novidade, desde então. O teaser que foi lançado para anunciar a chegada da série, em 24 horas atingiu quase 20 milhões de visualizações no Instagram e 10 no tik tok somando, também, 1 milhão de curtidas. Sem anúncio de um showrunner, roteiristas, produtores, diretores, há uma previsão – sem confirmação oficial – de que a primeira temporada chega entre 2025 e 2026. O britânico Daivid Heyman está em negociações para entrar no projeto, já que ele foi o produtor responsável pelos oito filmes da saga original.
Antes de qualquer hype, sonho, ou desejo profundo do que se quer ver nas telinhas, é importante mencionarmos que uma série de TV, sobretudo quando ela tem por trás um peso imenso que são os filmes de Harry Potter – neste caso – não tem a missão de apresentar, ou filmar ou reparar aquilo que não foi visto na adaptação anterior. O próprio nome já diz: reboot, quer dizer, vamos recontar a história de forma nova. Um reboot é a produção que renova uma história que já foi adaptada antes. Neste caso, consideramos que ainda é muito cedo para lançarmos um reboot de Harry Potter pois nosso público ainda está emocionalmente muito ligado ao produto original que são os oito filmes.
Ainda é cedo para o reboot! Harry Potter é uma saga incrível, cheia de sentido, significados e milhões de histórias. Ela é um produto ideal para seus spin-offs, sequências, prequels..., nesses trabalhos é que temos o espaço aberto para explorar o que a saga original não explorou, mas, não o reboot. Uma vez anunciado, queremos o melhor trabalho para as telas. Investimento de milhões e um corpo de atores tão bom quanto o que os filmes nos apresentaram. A principal preocupação agora do estúdio é formar sua equipe de roteiristas e o casting para a seleção de seus atores. Depois, deverá sair os nomes dos produtores e diretores.
É inegável mencionarmos aqui – e isso não é motivos para construírem uma legião de cancelamentos ou de discursos de ódio – que a criadora Rowling já provou a nós que não é uma boa produtora e que não sabe dirigir um trabalho para o audiovisual. Infelizmente sua presença, participação e ação nos trabalhos pós Harry Potter não tiveram uma boa aceitação e boa parte disso se dá ao seu trabalho como produtora executiva (e roteirista também). Agora, surge uma grande preocupação que é o fato de seu nome ser o primeiro anunciado para a equipe que irá produzir a série. Outra preocupação é trazer nomes já consagrados e que conhecem a história como a palma da mão: David Heyman é um nome fantástico na indústria cinematográfica e ter seu nome entre os especulados gera em nós um misto de alegria e preocupação; alegria porque ele já conhece o universo potterhead, preocupação pois, por conhecer demais corremos o risco de ver mais do mesmo.
A imagem de Rowling também não está muito positiva socialmente, desde que publicou sua carta aberta – em junho de 2020 –, texto este que confirmou sua transfobia contra mulheres trans. A própria Rowling se afastou das redes sociais por conta dos ataques e discursos de ódio que foram direcionados a ela, isso sem contar os e-mails ameaçadores e cartas em sua caixa de correios. Sua visão é problemática. Mas, como detentora do produto Harry Potter, nada acontece sem seu consentimento e sua assinatura. Esperamos que a nova série de Harry Potter não venha “corrigir” o que os filmes não fizeram. Repetimos que achamos difícil eles não influenciarem a série, por conta do pouco espaço de tempo que separa os dois produtos, contudo, potencial para fazer Harry Potter ainda mais famoso, a história possui.
Por Dione Afonso | Jornalista