01 Jun
01Jun

 “Você tem os olhos de sua mãe. Parece que foi ontem que ela esteve aqui, comprando a primeira varinha. Vinte e seis centímetros de comprimento, farfalhante, feita de salgueiro. Uma boa varinha para encantamentos. Já o seu pai deu a preferência a uma varinha de mogno. Vinte e oito centímetros. Flexível. Um pouco mais de poder e excelente para transformações. Bom, digo que o seu pai deu preferência, na realidade, na realidade é a varinha que escolhe o bruxo, é claro”. 

[ROWLING, Harry Potter e a Pedra Filosofal, 2000, p. 59]

 

 

Por que falarmos do sr. Olivaras? Ou, melhor, do fabricante de Varinhas, Sr. Garrick Olivaras? Bom! Quando o Mundo Bruxo nos apresenta Olivaras, junto dele nos vem de presente o universo de um dos itens mais importantes e significativos dos bruxos: a varinha. Dela advém toda a magia e encantamentos, tanto para o bem, quanto para o mal, quando um bruxo decide lançar seus feitiços.

Junto desse universo das varinhas, algo curioso e muito significativo nos é perceptível: a personalidade. Das varinhas? Não! Do bruxo que a empunha. A frase “é a varinha que escolhe seu bruxo” não é uma assertiva qualquer. Nela vem contido um elemento muito importante: o da personalidade e caráter do bruxo que a ela é destinado.

Portanto, filho do grande bruxo Gervaise Olivaras, Garrick Olivaras nasceu a 25 de setembro na Grã-Bretanha por volta de 1919 (não temos o ano certo de seu nascimento). Aos 11 anos, Olivaras recebe a Carta de Hogwarts e ingressa na Escola de Magia e Bruxaria, no qual é escolhido pelo Chapéu Seletor para a Casa da Corvinal.


“A varinha escolhe seu bruxo”

O sr. Olivaras no decorrer da história revela que o núcleo da varinha é algo importante a se considerar. É ali que mora todo o poder dela. É o seu coração. Quando ele diz que ela escolhe o bruxo, podemos, por analogia, afirmar que “um coração se conecta ao outro quando ambos possuem semelhanças”.

A expressão é muito forte: estar predestinado a uma gama de poder é saber que através dele pode-se tornar uma grande pessoa ou não. É reconhecer até onde o seu potencial está destinado a ir. Podemos afirmar que a varinha é como que uma alavanca que nos diz que o nosso potencial depende de nós. Temos todo o poder nas mãos, agora é hora de se levantar e ir fazer acontecer.

Olivaras nos ensina a acreditar em nós mesmos. Isso é sobre autoaceitação, otimismo e esperança. Saber que somos humanos (bruxos ou não) com todo o poder nas mãos. Agora é hora de ir ser história.


Nenhuma varinha é igual a outra assim como ninguém é igual a nós

“Lembro-me de cada varinha que vendi...”. A varinha que deixou a cicatriz no rosto de Harry era uma excelente varinha. Muito poderosa. Muito poder nas mãos erradas. Nós somos únicos e somos irrepetíveis. Por mais que encontremos com expressões que digam que fulano é igual a ciclano, o núcleo sempre será diferente. O coração do outro é único.

Olivaras também é sobre identidade. Sobre personalidade. Sobre construir a própria história baseado nos próprios sonhos, nas conquistas que sonha em ter.

“Quando uma varinha é conquistada, sua lealdade muda” (JKR, 2007, p. 335). Olivaras também é sobre amizade, lealdade, fidelidade e honestidade. O poder de uma varinha para o mundo bruxo era tão significativo que ela se mantinha leal ao bruxo que, num duelo, por exemplo a conquistasse, ou ganhasse a luta honestamente.

Há quem diga que varinhas são feitas para provocar o mal. Mas não é verdade. Desde o poder mais singelo até o mais aterrorizante poder pode ser usado para o bem. O que fará a diferença é quem a tomará nas mãos. Temos que ter consciência do que temos de bom no coração e do que queremos fazer com o todo o poder que carregamos. As palavras têm a magia capaz de curar ou de ferir. Tudo depende de como vamos usar.


Feliz aniversário Garrick Olivaras

O mais importante fabricante de varinhas muito nos ensinou na história. É preciso construir certa afinidade entre nossos desejos e nossos caminhos. Sonhos e realidade concreta devem andar juntos. Assim como temos que conhecer a fundo o núcleo de nossas varinhas. É ali que mora todo o poder. “A tradição das varinhas é um ramo misterioso e complexo da magia”. Até porque nem tudo o que está no nosso coração é digno de ser decifrável.

E, lembre-se, para conquistar nosso espaço não precisamos liquidar o outro, e nem tirá-lo do espaço que ele conquistou. O sr. Olivaras deixou claro a Harry Potter que matar pode torna-lo invencível, mas com uma fraqueza que qualquer um poderá dete-lo: a falta de amor. Até mesmo a Varinha das Varinhas, a mais poderosa de todas tem um preço para o bruxo que a empunhar. Mas, as intenções podem mudar. O núcleo pode ser conquistado por um bom coração.



“O espírito sem limites é o maior tesouro do homem

(Inscrição no Diadema de Rowena Ravenclaw. Harry Potter e as Relíquias da Morte, 2007)


 

 

Por Dione Afonso

Jornalismo PUC-Minas

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