30 Jul
30Jul

“Me juntarei a você quando o inferno congelar. Armada de Dumbledore!” — Neville corajosamente rejeita e protesta contra a oferta de Voldemort em se juntar a ele”. 

[Harry Potter e as Relíquias da Morte].



Nascido a 30 de julho de 1980, Neville Longbottom poderia ter sido aquele Eleito que invadiu os caminhos do Lord das Trevas, por se igualar à profecia de Sibila Trelawney que dizia que “aquele com o poder de destruir o Senhor das Trevas nascerá ao terminar o sétimo mês”. Neville se encaixava na profecia. Filho de pais bruxos, Neville era um puro-sangue. Em Hogwarts foi selecionado para a Grifinória, Casa na qual mostrou sua determinação, coragem, bravura e amizade. 

Identificar-se com a personagem Neville Longbottom é algo muito bonito e, ao mesmo tempo, algo que nos compromete, emociona, encanta, encoraja e nos interpela. Neville, tanto o dos livros quanto a versão adaptada para o cinema torna-se aquele adolescente que vai da fase do bullying, da nerdice, da insegurança à fase do jovem corajoso, seguro de si, capaz de fazer grandes feitos e marcar para sempre os rumos da história. 

Consequentemente, muitos adolescentes/jovens/adultos de ontem e de hoje passaram por isso. Foram desde aquele aluno que virou mascote e chacota da turma, virou piadinha escravo dos aproveitadores até se tornar uma grande pessoa adulta, de compromissos e respeito. Neville Longbottom é o puro retrato desse jovem hoje. Desse menino que tem grandes sonhos, que sonha com a moça mais linda da sua rua e que se torna alguém que concretiza seus projetos profissionais. 


A infância sonhadora e seu lembrol 

Um menino atrapalhado, desajeitado, criado pela avó. Os pais, Frank e Alice, corajosos aurores que lutaram na Primeira Guerra contra Lord Voldemort foram torturados cruelmente pela Bellatrix Lestrange, uma Comensal da Morte braço direito do Lord usando a Maldição Imperdoável Cruciatos. Frank e Alice resistiram bravamente, mas suas memórias se sucumbiram e, com isso, tiveram que ser mantidos internados no Hospital. Portanto, o filho, Neville, ficou sob a tutela da avó, Augusta Longbottom, mãe de Frank. 

Todos os traços, sobretudo estereotipados de um adolescente criado pela avó, Neville carregou. E isso o fez virar o garotinho indefeso, inseguro, gentil, muito carinhos, de olhar medroso, mas meigo. Uma criança sonhadora, mas muito tímida. Claro que não demorou muito para que o bullying fizesse parte da rotina de Neville. Aos poucos, o jovem sonhador foi crescendo, se identificando com uma coisa aqui, outra ali, uma amizade aqui, uma disciplina ali. Tornou-se um grande admirador da disciplina de Herbologia e acabou se aproximando de Harry, Hermione e Rony tornando-se amigos. 


O jovem Neville e seu crescimento humano 

Para romper com a infância, com a avó, sua figura adulta, romper com o trauma da condição dos pais e romper com sua adolescência sofrida da escola, Neville desenvolve em si uma autoconfiança gigantesca. Luta contra seus medos, suas inseguranças e aprende a reconhecer o próprio talento e se dedica mais em si mesmo que em suas especificidades. E, uma vez, se reconhecendo, seu trabalho fica melhor. O que Neville nos ensina, acima de tudo, é que sua maior magia está dentro de si mesmo, e se chama amor-próprio. Confiar em si mesmo. Acreditar que é capaz. Explorar seus sonhos não são passes de mágicas, são crescimento e aprendizado. 

A maior magia que Neville aprendeu, foi confiar em si mesmo. Amar a si mesmo. Com isso, todos os seus sonhos foram se tornando concretude em seu caminho. Um menino pequeno que aparentemente não tinha aptidão para a magia, mas sabia montar em uma vassoura, sem classe para atividades físicas, revelou-se ser bem mais o que a gente esperava. Mostrou que a amizade não consiste em apoiar seus amigos, mas, acima de tudo, enfrenta-los como quem quer o bem. O maior inimigo de cada um de nós, somos nós mesmos que criamos dentro de nós, e se chama medo. E, ao vence-lo, Neville pôde tornar-se um grifinoriano capaz de empunhar a espada de Gryffindor e cortar o mal pela raiz.

O mais fraco foi o que mais aprendeu. E isso o fez o mais forte. Esforçou-se para apresentar o melhor de si. Sua melhor versão foi reconhecida através de sua perspicácia e vontade de ser melhor. De oferecer o melhor de si mesmo. Durante a sua estadia na Armada de Dumbledore, o próprio Harry Potter reconheceu a bravura de Neville e já sabia que ele iria longe. Com a ascensão de Lord Voldemort e as torturas em Hogwarts sob a direção e cuidado de Comensais da Morte, Neville torna-se o líder – às ocultas – dos alunos. O único capaz de mantê-los confiantes e com esperança. 


Parabéns Neville Longbottom 

E obrigado por tudo! Sou um lufano de coração e escolhido pelo Chapéu Seletor, mas minha alma é Longbottom por me identificar com sua história, seu desenvolvimento e sua jornada de autoconhecimento. A mais poderosa magia que carregamos dentro de nós não é a que solta pelas pontas das varinhas, mas aquela que sai do coração e chega à nossa pele. Nos faz crescer e nos reconhecer como humanos. 

Neville Longbottom sua liderança é implacável! Em tempos de escuridão e trevas, você nos acende a luz da esperança, da confiança e da coragem. Em tempos de dor, você nos ensina a ser fortes com a própria dor. Ensina-nos que é possível acender novamente a luz, mesmo que a chame crepite bruxuleante. Ela se sustenta com nossa esperança e coragem. Feliz aniversário Neville! 




“Nessa vida, é preciso ter coragem para enfrentar seus inimigos. Mas é preciso coragem maior para enfrentar seus amigos. Por isso concedo a Neville Longbottom 10 pontos” 

(Alvo Dumbledore em Harry Potter e a Pedra Fisolofal)




Por Dione Afonso  |  Jornalismo PUC Minas

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