22 Apr
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Com o terceiro filme da franquia, "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" apresenta uma renovada na personalidade de Grindelwald. As motivações se dão por conta da mudança de ator. Os dois primeiros longas (2016 e 2018) trouxeram a personalidade e os trejeitos de Johnny Depp. Depp nos deu um Grindelwald sarcástico, maldoso e sagaz. Tínhamos familiaridade com o nome do bruxo das trevas quando foi mencionado em "Harry Potter e as Relíquias da Morte". Grindelwald estava em busca de poder e à procura da mais poderosa magia das trevas com uma única finalidade: dominar o mundo.

Em "Animais Fantásticos e Onde Habitam", Grindelwald surge como uma ameaça em potencial que pode colocar em risco toda a comunidade bruxa e não-bruxa. Na última cena Depp surge com aquele sorrisinho irônico e jocoso nos pondo medo e prometendo que ameaças maiores estão a caminho. Durante todo o longa ele está escondido na pele do Auror Lord Percival (Collin Farrell) sob a Poção Polissuco que te transforma fisicamente na pessoa em questão. De cabelos joviais, rebeldes e descoloridos e olhos de cores diferentes, Depp nos deu um Grindelwald poderoso e que põe medo.

Já em em 2018 com "Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald", Depp continuou com sua personalidade caricatural, mais bem vestido, mas tornou-se um vilão mais preguiçoso e sem os promissores "crimes" que o próprio título nos indicava. Os "crimes de Grindelwald" não revelou os seus crimes, digamos assim, mas manteve a sua maldade e o seu ideal perverso de dominar o mundo aniquilando os no-maj (aqueles que não são bruxos). A vilania de Grindelwald é poderosa e ameaçadora. Contudo, o roteiro não nos levou a uma história satisfatória e os personagens desse mundo bruxo começaram a caminhar sem propósitos.

Não estamos aqui com a missão de classificar qual Grindelwald é melhor e qual é pior. Queremos trazer elementos que se encaixaram em cada ator e como a transformação de um para o outro influenciou na narrativa da franquia. Com Depp, em 2015 e  2018, Gellert Grindelwald ganhou um tom caricaturato, irreverente, com forte personalidade doentia e bastante mandão. Sedento por poder. Quem quiser te seguir que seja submisso e disposto a cumprir suas ordens. Quem assim não o fizer, não é digno de se aliar a tamanho poder. Em 2022, com Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, Mads Mikkelsen apresenta o novo Gellert Grindelwald. Agora nada caricaturato, mesmo com olhos diferentes, eles ficaram pouco notáveis, cabelos comuns, mas mantendo a mesma sede de poder e o interesse de reunir uma legião de adeptos seguidores para dominar o mundo.

Uma coisa perdemos com Mikkelsen: o medo e o tom vilanesco de nos assustar. O novo Grindelwald não põe medo em ninguém. Não passa de um bruxo normal, ferido pelo amor e abandonado por seus amigos bruxos que não aceitam sua ideologia doentia de acabar com a comunidade "trouxa". Esse Grindelwald está mais vulnerável que o anterior. Talvez isso não seja reflexo da mudança de ator, talvez seja a mudança da própria narrativa, já que no terceiro filme, Dumbledore e Grindelwald duelam frente a frente. Esse contato pode ter enfraquecido a maldade no coração de Grindelwald.

O novo Grindelwald, jogado na narrativa sem sofrer uma transição que justificasse a nova aparência não funcionou no conjunto da obra. Temos um ator excelente. Na verdade, Depp e Mikkelsen são ótimos profissionais que sabem entregar tudo o que possuem por uma arte verdadeira e mágica. Contudo, a eficácia de cada atuação custou caro para a franquia derivada de Harry Potter. Clique aqui e confira a nossa crítica completa do filme.

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