14 Sep
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A sequência protagonizada por Valak, um demônio poderoso, marca também o retorno de Michel Chaves na direção, que dirigiu o questionável A Maldição da Chorona (2019) e Invocação do Mal 3 (2021). Quando, em 2018, a franquia apresentou seu segundo derivado com A Freira, a nova história, que foi dirigida por Corin Hardy pareceu bastante questionável. O grande acerto foi com a atriz Taissa Farmiga (irmã de Vera Farmiga, que faz Lorraine Warren), no papel da Irmã Irene. O protagonismo da jovem rejuvenesce a franquia e apresenta novas formas de reescrever a história. 

Com a chegada de A Freira 2, mesmo nada se alterando na cronologia dos filmes anteriores, Taissa se une à maravilhosa jovem Storm Reid e o novo longa de Chaves apresenta um ritmo mais frenético e recheado de jumpscare que nos prende muito mais que o primeiro. O retorno de Jonas Bloquet como o Francês (ou Maurice) também não nos incomodou, pois o personagem, na vida real, havia sido exorcizado pelo casal Warren. A decisão aqui no roteiro interessou-nos mais, e não feriu em nada a nossa experiência. 


Com Irmã Irene, a franquia rejuvenesce 

Juntas, Irmã Irene e a novata no convento, Debra (Reid), precisam investigar uma sucessão de mortes ocorridas em conventos e igrejas da França. Não demora muito para que Irene faça a ligação com Maurice e o demônio Valak. Decisão acertada do roteiro em não prolongar essa caçada. Tudo se resolve rapidamente e sem perder o ritmo que o terror precisa. Há uma cena de Irmã Irene numa espécie de túnel em que ela se depara com um painel cheio de revistas pregadas e a fotografia dessa cena com seu falso plano-sequência é muito bem construída. Na medida que as páginas viram, uma silhueta escura parecida com Valak vai se construindo. É de arrepiar. 

O protagonismo das jovens atrizes faz toda a diferença nessa sequência. É relevante ressaltarmos a presença de Anna Popplewell como Kate e de sua filha, Sophie (Katelyn Rose Downey). As duas são presentes na vida de Maurice no colégio interno em que ele é uma espécie de zelador e faz-tudo. Carregando a marca do demônio em seu pescoço, o mal se alimentava de Maurice no silêncio e em pequenos momentos de possessão, era ele, controlado pelo mal, que realizava os assassinatos. 


A relíquia sagrada e o poder da fé 

Figurinha repetida (mas muito bem costurada) em toda a franquia de Invocação do Mal é a presença da fé, da religião e da oração como fortes combatentes contra o mal. A Freira 2 nos ganha em cheio na batalha final do filme, quando Irmã Irene e Debra rezam juntas, consagrando o vinho que estava ao redor delas e de Valak. E, quando aquele vinho é consagrado, tornando-se o sangue de Cristo, Valak perde seu poder e sua maldade. A história construída ao redor da relíquia dos olhos de Santa Luzia também foi outro acerto. 

Há uma atualização do primeiro para esse segundo filme. E que bom que não precisa de ter o terceiro. Se no primeiro era o próprio sangue de Cristo, numa relíquia, que prendeu o demônio Valak, agora, o vinho, consagrado, se tornava o sangue de Jesus, que queimou o espírito mal só de ter tocado nele. 

Infelizmente a franquia já anunciou o seu fim com Invocação do Mal 4, pois a narrativa ainda pode inovar e ter muito mais pra ser contado.





Por Dione Afonso  |  Jornalista

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